Cantídio Lanna abre casa de massas preparadas artesanalmente

Uma especialidade herdada da mãe Pichita

por Eduardo Tristão Girão 13/11/2009 07:00
Pedro Motta/Esp. EM/D.A Press
Lombinho com nhoque de banana da terra na manteiga de sálvia e Ravióli de moranga com carne de sol (foto: Pedro Motta/Esp. EM/D.A Press)

Neto de italiano da região da Calábria, o chef Cantídio Lanna começou a aprender com a mãe o ofício de cozinheiro. Ainda em sua Ponte Nova natal, Pichita, hoje com 85 anos, fazia massas para festas, produção que o filho acompanhou de perto. Já em Belo Horizonte, a família se firmou no ramo de bufê e ela se tornou pioneira no serviço de massas em eventos, na década de 1970. Ainda que tenha permanecido sempre ocupado com os comes e bebes de festas e afins e sido sócio da Fabbrica Spaghetteria até agosto, fazia falta uma casa onde pudesse mostrar sua competência e honrar a tradição familiar com preparações artesanais. Essa lacuna foi preenchida com a recente abertura da Pichita Lana Massas.

Os que conhecem o outro restaurante que leva o nome da matriarca (na Rua Santa Rita Durão, Savassi), não encontrarão semelhanças com a novo, no Funcionários, já que não há bufê de almoço (só abre à noite) e o cardápio lista apenas massas servidas à la carte. O ambiente é mais charmoso, com piso de madeira, mesas feitas com material de demolição e fotos da Itália na parede, feitas por Sandra, mulher de Cantídio, que administra a casa enquanto ele cuida da cozinha. Numa outra parede estão prateleiras e geladeira com patês, terrines, caramelo balsâmico e, é claro, massas feitas no local. Tudo à venda.

“O ponto que tínhamos na Rua Paraíba, na Savassi, foi vendido e meus filhos começaram a me cobrar um restaurante. Decidi trazer de volta uma casa tradicional. Falta uma casa de massas na cidade, apesar de ótimos restaurantes daqui terem boas opções no cardápio”, conta o chef. Os três filhos não trabalham na área, mas à noite sempre aparecem no restaurante para ajudar o pai. A proposta é dar ao local a alma da família, já que, além das massas, produzem os próprios pães, molhos, sobremesas, conservas e azeites aromatizados. “Só não temos espaço para criar boi, porco, camarão”, brinca.

“Essa casa é mais ou menos como comecei, em 1981, no Buona Távola. Eram só 22 lugares”, lembra. Hoje são 28, o que não significa, necessariamente, que a cozinha opera com sossego, já que toda a produção de massas para o bufê e para o próprio restaurante (que tem ainda pequena loja) está concentrada lá. Diariamente, são feitos diversos tipos, com farinhas integral e de grano duro, como agnolotti, canelone, casoncelli, lasanha, ravióli, fettuccine, capellini e nhoque (de batata e banana da terra). “O maior desafio é fazer massa que não seja pesada e cuja diferença seja logo sentida pelo freguês”, diz.

Clássicos Antepastos e entradas remetem a preparações e ingredientes clássicos italianos, como parmesão com caramelo balsâmico (R$ 12), cogumelos trufados (R$ 5), berinjelas assadas (R$ 10), carpaccio (R$ 18) e polenta do dia (R$ 17). Entre as massas, destaque para as que privilegiam itens regionais, como os raviólis de moranga com carne de sol e cebola e amêndoas torradas na manteiga (R$ 34, individual), de frango com ora-pro-nóbis ao molho pardo (R$ 33, individual) e o nhoque de banana da terra na manteiga de sálvia com lombinho suíno (R$ 45).

Entre as sobremesas, predominam pedidas conhecidas, como pannacota (R$ 12), tiramisù (R$ 19) e créme brûlée (R$ 15) - menos comum é o ravióli de goiabada com requeijão (R$ 18). A carta de vinhos conta com 29 rótulos (entre R$ 65 e R$ 296, garrafa).

Quer mais opções? Confira o Guia de Bares e Restaurantes do Divirta-se

PICHITA LANA MASSAS
Rua Maranhão, 1.162, Funcionários. (31) 3261-3562. Aberto de quarta a sábado, das 19h à 0h; a loja funciona de segunda a sábado, das 9h às 18h.

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