Cervejaria Devassa sai do eixo Rio-SP e chega a BH

02/10/2009 07:00
Pedro Motta/Esp. EM
O gerente Vitor Lecas e os proprietários, Daniel Ballesteros e Marcelle Santana (foto: Pedro Motta/Esp. EM)
O universo cervejeiro está em constante transformação e, nos últimos anos, esse processo tem se acentuado. Se antes todo chope vinha exclusivamente de megafábricas, de pouco tempo para cá, a oferta da bebida produzida por cervejarias menores (e até artesanais), que trabalham com produtos especiais, tem crescido consideravelmente. Por exemplo: hoje, há cerca de 10 microcervejarias em torno de Belo Horizonte, praticamente todas com pontos de venda de chope na cidade. A novidade agora é o chope vindo “de longe”, mais precisamente de Cachoeiras do Macacu (RJ), para abastecer as chopeiras da cervejaria Devassa, aberta esta semana no Bairro Funcionários.

Criada em 2002 no Rio de Janeiro, a Devassa apostou na formulação com puro malte e, claro, nas pin ups de diferentes tons de pele que ilustram cada um de seus rótulos. A segunda unidade carioca foi aberta em 2004 e, três anos depois, quando por aqui só se conhecia as long necks da marca, o negócio se transformou numa franquia com 11 lojas. No mesmo ano, a cervejaria foi comprada pela Schincariol, ampliando bastante suas possibilidades de distribuição. Até o fim do mês, serão 15 lojas no Rio, seis em São Paulo e uma em Vitória.

A loja belo-horizontina é a primeira fora do eixo Rio-São Paulo e também a maior da rede, com capacidade para 300 pessoas. As unidades de BH e da Barra da Tijuca, no Rio, são as únicas com decks ao ar livre. “Mesmo assim, o deck da Barra não está no nível da rua, como o daqui. Tínhamos que ter isso, pois boteco com mesa na calçada é tradição na cidade”, explica Daniel Ballesteros, que comanda a casa com a sócia Marcelle Santana. Há decks de madeira nos dois andares e o piso é decorado com ladrilho hidráulico desenhado especialmente para a rede.

A câmara fria que armazena os barris de chope fica num ambiente envidraçado, visível para os pedestres. De lá saem as mangueiras da “loura” (pilsen; R$ 4,20, 300ml), “negra” (dark ale; R$ 4,90, 300ml), “ruiva” (red ale; R$ 4,90, 300ml), “índia” (india pale ale; R$ 4,90, 300ml) e “sarará” (trigo; R$ 7,90, 430ml). A propósito, a ruiva faturou medalha de bronze este ano no Australian International Beer Awards, concurso que teve 1,140 mil cervejas de 39 países inscritas. Já a sarará surgiu ano passado como produto sazonal, mas acabou ficando no cardápio da rede. Os chopes são extraídos com mistura de gás carbônico e nitrogênio (e não só o primeiro), o que torna o colarinho mais denso e persistente.

DETALHES O forte do cardápio, é claro, são os petiscos. Na maioria dos casos, são receitas e ingredientes conhecidos apresentados com certo requinte. “Não temos pretensão de ser alta gastronomia, mas somos bem detalhistas e fazemos algumas brincadeiras. Mesmo sendo um bar, tentamos fazer receitasleves, usando o mínimo de óleo”, explica Cláudio Albuquerque, chef executivo da rede. A mandioca frita, por exemplo, chega à mesa polvilhada com parmesão (R$ 13,90). No comando da cozinha de BH, está Eric Rezende.

Destaque para os croquetes de carne apimentados (R$ 17,90, 10 unidades) e as porções “Rei do sertão” (picanha de sol com mandioca frita, farofa de banana, queijo coalho e manteiga de garrafa; R$ 24,90) e “Carnuda” (frigideira de filé ao molho rôti, cebola, salsa, queijo derretido e mandioca crocante). Há também pratos individuais (cerca de R$ 25, cada), opções infantis, saladas, massas, pizzas com massa de tapioca, sanduíches e sobremesas.

DEVASSA
Avenida Getúlio Vargas, 809, Funcionários. (31) 3223-2356. Aberta de segunda a quarta, das 17h à 1h; quinta e sexta, das 17h às 2h; sábado, das 11h às 2h; domingo, das 11h à 1h.

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