Iniciado pelos cones de comida japonesa, que viraram febre em Belo Horizonte, um novo movimento de comida rápida começa a tomar corpo na cidade. Ele é formado tanto por casas pequenas, comandadas por empresários locais, quanto por grandes redes: em comum, o serviço expresso e a tentativa de escapar da padronização culinária, independentemente da proposta. Quem ainda não esbarrou numa loja que venda pizza em fatia, pizza em cone, sanduíches montados ao gosto do freguês, massas preparadas em cinco minutos e temakis? Já existem até cones de comida mexicana e peruana. A tendência tem, é claro, raízes no velho conceito de fast food, mas vem agradando em cheio a turma apressada que não se satisfaz com a ditadura do hambúrguer. A novidade agora são os crepes.
Mal foi inaugurado na Savassi, o Creps ganhará ainda este mês sua primeira filial, no BH Shopping. Idealizado por amigos que tentaram, sem sucesso, franquear uma creperia da Colômbia, a casa tem como proposta dar ao freguês opções para que monte o crepe do jeito que quiser, combinando 24 ingredientes salgados e nove doces. Por R$ 7, come-se um crepe com quatro ingredientes a escolha: queijos, carnes, azeitona, milho, palmito, tomate seco, legumes e manjericão, além dos itens doces. A versão mini (dois ingredientes) sai por R$ 4 e a do chef, que inclui salada e molho, por R$ 12. Indecisos podem optar por sugestões do cardápio, como o estrada real, que leva muçarela, requeijão, carne seca e cebola. É possível levá-los para casa ou comê-los andando pela rua, apoiados num suporte próprio.
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Já prontos, os discos de massas são recheados na hora, de acordo com as preferências que cada um “canta” ao crepeiro. “Esse sistema não foi inspirado no Subway, que fica aqui ao lado, mas no Spoleto”, afirma Rodrigo Capaldi, que comanda a casa com outros três sócios – todos com menos de 30 anos. A diferença é que, no Spoleto, recebe-se uma ficha para escolher os ingredientes que serão “cantados” ao cozinheiro. Tal decalque não é fruto de mera observação: Cláudio Correra, um dos sócios, presta consultorias para redes como Bob’s e Pizza Hut. A propósito, o consultor da casa é Márcio Roscoe, o mesmo que trabalhou para a creperia Stella Maris, inaugurada no final de 2007.
Com capacidade para 44 pessoas em dois ambientes (mesas em ambiente interno e em espécie de deck com mesas ao ar livre), a casa é clara e de ares modernos. As mesas não contam com toalhas ou forros, pois o freguês invariavelmente chega à mesa de bandeja na mão. Não tem sido por acaso que os donos têm recebido telefonemos perguntando a respeito de franquia. “Isso não é uma prioridade, mas pode ser um próximo passo, bem como investir em mais lojas”, explica Felipe. Por enquanto, as metas são inaugurar a filial, fechar mais tarde às sextas e sábados e abrir mais cedo diariamente para servir café da manhã.
CASEIRO
A massa dos crepes da casa começou a ser desenvolvida por Márcio e pelos proprietários. Inicialmente, ela levava azeite, fato que incomodou o paladar de Rodrigo. O ingrediente foi, então, retirado da receita. “A Noêmia, empregada lá de casa, fazia panqueca com parmesão, daí veio a ideia de colocar queijo na massa”, confessa Rodrigo. Além do parmesão, a massa leva farinha de trigo, ovos, leite, açúcar e sal. No caso dos crepes doces, o queijo é substituído por manteiga. A produção da massa é diária e começa cedo, às 8h, se estendendo até às 16h, tempo suficiente para atender a demanda atual de 250 crepes grandes por dia.
As pesquisas de mercado feitas pelos proprietários apontaram para preferência do público brasileiro por comidas mais úmidas, descoberta que motivou a oferta de dois tipos de molho na casa, branco e de tomate (acréscimo de R$ 1,50) – ambos são produzidos em São Paulo. Novos molhos já estão em teste e possivelmente estarão no cardápio em breve, como catupiry, funghi, frutos do mar e estrogonofe. Independentemente dos molhos, os crepes mais pedidos são o estrada real; o de frango com requeijão, bacon e muçarela; e o de muçarela com presunto, tomate e manjericão. Entre os doces, que podem ser acompanhados por sorvete (R$ 2,50, uma bola), lidera o de creme de chocolate com avelã e morango. A casa não vende bebida alcoólica.
CREPS
Avenida Cristóvão Colombo, 482, Savassi. (31) 3261-5354. Aberto diariamente, das 11h às 23h.
Creps oferece opções de pratos salgados e doces
17/07/2009 07:00