Antecipando o inverno, bares e restaurantes apostam na temporada de caldos

Clientes podem encontrar uma diversidade de opções

12/06/2009 07:00
Fotos: Pedro David/Esp. EM/D.A Press
O festival de caldos do Restaurante Emporium tem opções de dar água na boca (foto: Fotos: Pedro David/Esp. EM/D.A Press)
Está aberta a temporada dos caldos. Vários bares e restaurantes de Belo Horizonte já estão oferecendo diversas pedidas ideais para o inverno, que apesar da chegada do frio, só começa dia 21. Dos populares caldos de feijão e mandioca a cremes e consumês sofisticados, que remetem a diversas regiões do Brasil e do mundo, opção é o que não falta. Tudo para fazer dos dias gelados ocasião perfeita para provar receitas quentes especiais.

Aberto há 18 anos, o Emporium promove pela 15ª vez seu festival anual de caldos. Não por acaso, este ano são 15 variedades sobre o fogão a lenha: bambá de couve, bobó de camarão, caldo verde, canja de galinha, feijão preto com linguiça, dobradinha, mandioca com carne de sol, mocotó, inhame com linguiça, abóbora com frango, feijão carioquinha com linguiça, canjiquinha com costelinha e batata baroa com frango.

Além desses, dois caldos homenageiam pessoas queridas pela casa. Um deles é o Dona Lourdinha (espinafre, creme de leite e carne moída), criado pelo churrasqueiro Penninha (amigo dos proprietários) em homenagem à mãe. O outro é o João Diniz (milho verde, abobrinha e frango desfiado), batizado com o nome de ex-sócio do Emporium. Os caldos são servidos de terça a sábado, a partir das 18h. Qualquer um custa R$ 4,90 (acompanhamentos incluídos). “Foi o João quem criou esse festival. Começamos com quatro caldos. No ano seguinte, foram 10 e, na terceira edição, 14. Este ano criamos o 15º caldo para coincidir com os 15 anos do festival”, afirma Roberto Pessoa, proprietário da casa. Ele conta que nas noites mais frias são vendidos cerca de 900 caldos, com até 40 mesas na fila de espera.

Quer mais opções? Confira o Guia de Bares e Restaurantes do Divirta-se

DONA CANÔ

Fotos: Pedro David/Esp. EM/D.A Press
Caldo verde (foto: Fotos: Pedro David/Esp. EM/D.A Press)
O cardápio do Restaurante Matusalém é caracterizado pela presença de receitas baianas e mineiras. Tanto nos pratos principais quanto nas entradas e sobremesas. Mesmo que a cozinha ofereça pedidas bastante conhecidas dos mineiros, como canjiquinha com costelinha (R$ 5,10), maneco com jaleco (costelas de boi e porco com couve; R$ 7,10) e os caldos de feijão (R$ 4,80) e mandioca (R$ 4,80), são as preparações com frutos do mar que se destacam.

O que mais chama a atenção é o caldo de gorogondé, molusco semelhante ao mexilhão, típico dos mangues baianos. A receita leva, além do gorogondé, feijão branco, cabeça de camarão seco e folhas de taioba, finalizada com azeite de dendê artesanal (R$ 9,30). O chef e proprietário Matusalém Gonzaga, que é mineiro, aprendeu a fazê-la com as cozinheiras de Dona Canô (mãe de Caetano Veloso), em Santo Amaro (BA).

Entre outras opções de caldos do mar, estão sururu (R$ 7,10), camarão (R$ 11,20), polvo (R$ 10,90) e marisco (R$ 11,20) – todos acompanhados por pão. Ele vai pessoalmente a Salvador comprar os peixes e frutos do mar que utiliza no restaurante, no mínimo uma vez por mês, negociando direto com os pescadores. Já o gorogondé, é comprado das cozinheiras de Dona Canô, responsáveis pela coleta dos bichos, na lama dos manguezais.

SOFISTICAÇÃO

Fotos: Pedro David/Esp. EM/D.A Press
Caldo de gorogondé (foto: Fotos: Pedro David/Esp. EM/D.A Press)
No Café Sagrado, a queda da temperatura motivou festival de caldos, cremes e similares, com cerca de meia dúzia de variedades a R$ 39 (individual), de segunda a quarta-feira. “Trabalho com caldos o ano inteiro, mas no inverno, como a procura aumenta 100%, incremento as opções. Muita gente já chega perguntando pelos ‘quentinhos’, que são as sopas e os chocolates quentes. Mudo uma ou outra coisa, mas tem aquelas receitas que, se eu tirar, apanho”, afirma Vanessa Senem, chef e proprietária da casa.

Seguindo essa lógica, sempre estão no cardápio do festival: creme de abóbora com camarão; sopa rústica (três batatas, carne seca, bacon e ervas); sopa tailandesa (frango, leite de coco, gengibre e massa de arroz); creme de cenoura com batata baroa e ervas; creme de aspargos com amêndoas; e creme de espinafre com presunto cru. “Gosto do inventar, essas sopas vêm de receitas clássicas, mas têm toque meu”, conta. Com acréscimo de R$ 13, cada freguês incrementa seu festival com tábua de queijos finos, cesta de pães e alguns petiscos.

VARIEDADE

Fotos: Pedro David/Esp. EM/D.A Press
Caldo de camarão (foto: Fotos: Pedro David/Esp. EM/D.A Press)
Outra casa que incrementa a oferta de caldos com a chegada do frio é o Bar Mercearia do Lili, que foi transferido recentemente para imóvel ao lado do antigo ponto. São 32 opções, dentre as quais sobressaem-se caldos como os de feijão preto com bacalhau desfiado; pêra com frango, napolitano (tomate, cebola, carne moída e creme de leite); batata com bacon e linguiça; carioca (feijão preto, ovo, bacon, linguiça calabresa e cheiro verde). Os mais tradicionais, como caldo verde, de mandioca e bambá de couve, também estão disponíveis. Qualquer um sai por R$ 5,90.

ONDE IR

Café Sagrado
Rua Santa Catarina, 1.481, Lourdes,
(31) 3291-0082. Aberto de segunda a sábado, das 12h às 23h.

Emporium
Avenida Afonso Pena, 4.034, Mangabeiras, (31) 3281-1277. Aberto segunda, das 12h às 15h; terça a sexta, das 12h às 15h e das 18h à 1h; sábado, das 12h à 1h; domingo, das 12h às 16h30.

Matusalém
Avenida Portugal, 3.287, Santa Amélia, (31) 3447-9973. Aberto de terça a sábado, das 11h à 0h; domingo, das 11h às 18h.

Mercearia do Lili
Rua São João Evangelista, 696, Santo Antônio, (31) 3293-3469. Aberto de segunda a sexta, das 17h às 23h; sábado, das 10h às 16h30.

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