La Pasta Gialla segue os mandamentos de Sergio Arno

28/11/2008 07:00
Pedro David/Esp.EM/D.A Press
Risoto Bello Orizzonte: lingüiça flambada na cachaça, queijo canastra, ovo de codorna e couve (foto: Pedro David/Esp.EM/D.A Press)
Entre a alta e a baixa gastronomia – restaurantes de alto padrão e bares, respectivamente – está o público que gosta de comer bem, mas sente calafrios só de pensar em pagar algo próximo de R$ 100 num prato individual e escolhe vinhos pela coluna da direita. Essas pessoas alimentam um segmento em expansão na cidade, descrito por vezes como média gastronomia. Nada mais apropriado: ambiente sem luxo, mas com algum charme, pratos em torno de R$ 20 ou R$ 30 e vinhos que não representam um investimento para o bolso. Restaurantes mais antigos, como a Casa dos Contos, talvez se encaixem nessa definição, bem como os que já nasceram com essa proposta, caso do Bella Vita. O mais novo na cidade é o italiano La Pasta Gialla, franquia do chef paulistano Sergio Arno aberta esta semana.

“O objetivo é fazer comida gostosa, fiel e barata. Pratos clássicos, sem novidades. Não concorro com o Vecchio Sogno, do Ivo Faria, que, inclusive, é meu amigo. La Pasta Gialla se soma às cantinas e aos restaurantes italianos mais populares”, afirma Sergio Arno. Trata-se do 14º La Pasta Gialla inaugurado no país – os próximos serão em Salvador, Curitiba e São Paulo (onde já existem oito). “É uma franquia que não é franquia. É preciso seguir certas regras, mas cada casa é uma casa. Não basta o Sergio Arno, tem que ter o proprietário também, tem que ter autonomia”, explica o chef.

Massas e bruschettas são a especialidade. Todas as massas – secas e recheadas – são produzidas na fábrica paulistana que leva o nome de Sergio Arno e abastece todos os restaurantes da rede e as demais casas do chef, como o famoso La Vecchia Cucina. Elas são cozidas al dente, congeladas e despachadas para toda parte. “Seria inviável ter um centro de produção de massa em cada casa. Temos tecnologia que garante qualidade, sabor e textura por até um ano”, acredita o chef. Para cada quilo de farinha, 12 ovos são usados – a proporção, que pouco varia em função do tipo de massa, justifica o nome da casa, algo como “a massa amarela”.

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Bruschetta Terra de Minas, um dos pratos com toque mineiro (foto: Pedro David/Esp.EM/D.A Press)
Os proprietários são o casal Cássia Paes e João Bosco Fernandes Júnior, ambos novatos na gastronomia. Cliente do La Pasta Gialla em São Paulo, ele viu na franquia mineira a chance de abandonar o estilo de vida estressante como executivo da multinacional Oracle. Fechou negócio em abril e, entre maio e outubro, reformou o imóvel, uma casa da década de 1940 que abrigou loja de móveis e uma imobiliária. As paredes (amarelas), o piso (cerâmica marrom clara), as luminárias e arandelas são as mesmas em qualquer unidade. O toque do dono fica por conta do mobiliário (todo em madeira, feito no estado) e das 14 fotos de cidades mineiras que decoram a casa, feitas pela própria Cássia, advogada que tem a fotografia como hobby.

DA TERRA

No comando da cozinha está a chef Sabrina Galli, de 28 anos, que veio do La Pasta Gialla de Maceió. Alguns pratos são os mesmos em qualquer uma das unidades, como o ravióli de muçarela ao molho de tomate e manjericão (R$ 35, individual), cabrito assado com brócolis e batatas ao alho, alecrim e bacon (R$ 39, individual) e o medalhão de filé ao molho de cogumelos com creme de gorgonzola e tagliolini na manteiga e sálvia (R$ 41, individual), um dos pratos mais caros do cardápio. Também há entradas, saladas e risotos. “Não vejo o padrão da casa como falta de liberdade para trabalhar. Liberdade, tenho no menu executivo e no prato do dia”, diz a chef.

Algumas receitas foram desenvolvidas especialmente para o restaurante de BH, privilegiando ingredientes tradicionalmente associados à culinária mineira. São eles a bruschetta de pernil com queijo canastra e pimenta-biquinho sobre molho de tomate e manjericão (R$ 18), o risoto Bello Orizzonte, feito com lingüiça flambada na cachaça, queijo canastra, ovo de codorna e couve refogada na pancetta (R$ 32, individual), e a panna cotta de iogurte e mel com calda de jabuticaba (R$ 10). A carta de vinhos conta com quase 80 rótulos (entre R$ 30 e R$ 220/ garrafa; a maior parte não passa de R$ 80).

LA PASTA GIALLA
Rua Levindo Lopes, 96, Savassi, (31) 2515-9696. Aberto de segunda a sexta, das 12h às 15h e das 19h às 23h; sábado, das 12h às 23h; domingo, das 12h às 17h.

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