A hora e a vez dos cones

Redondas em forma de sorvete roubam a cena em pelo menos cinco casas de BH

25/07/2008 07:00
Pedro Motta Esp.Em/D.A Press
Pizza de cone Dondinho, servida no Charlotte pela chef Cynthia Isvetcoff (foto: Pedro Motta Esp.Em/D.A Press)
Depois da comida japonesa, agora é a vez de pizzas virarem cone. Assim como está ocorrendo com as temakerias – novas casas sendo abertas todo mês –, uma onda de pizzas em cone já está chegando a Belo Horizonte. Já existem pelo menos cinco locais na cidade onde é possível comer uma marguerita ou calabresa como se fosse um sorvete. Esse número está em expansão, como atestam fornecedores de equipamentos e profissionais do segmento gastronômico, que se apressam em registrar marcas e utensílios que desenvolvem. Mas não é só isso. Os cones são a parte mais chamativa desse movimento, formado também por sanduíches e makis, enrolados e cortados como a preparação japonesa que lhe dá nome.

Uma das primeiras casas a servir pizza em cone na capital mineira foi a Charlotte, em Santa Teresa, aberta em fevereiro. A chef Cynthia Isvetcoff, conheceu os cones ano passado, em São Paulo, e, a convite de um amigo, montou a casa. “Bolei um jeito diferente de fazer a massa, já que quase todos os lugares fazem os cones numa máquina. Faço a massa à mão”, explica. A massa não é a mesma da pizza, já que precisa ser mais resistente que o habitual para conter o recheio quente (queijo, molho de tomate e demais ingredientes) sem arrebentar.

No total, são 10 sabores, todos batizados com nomes de bares do bairro ou de seus respectivos proprietários. É o caso do Orlando (mussarela, molho de tomate e carne seca), Dondinho (mussarela, ricota e tomate seco) e Bolinha (mussarela, molho de tomate, azeitona, bacon, calabresa e tomate). O sabor que leva o nome da casa é recheado com frango, mussarela, bacon, milho e molho de tomate. Cada cone sai por R$ 6. Em breve, serão servidos também cones doces, nos sabores banana com doce de leite; chocolate com marshmellow; e goiabada com queijo.

A casa mais recente é a Come Cone, aberta há pouco mais de um mês no Santo Agostinho. “Desenvolvemos essa idéia de trabalhar com pizzas em cones há mais de um ano”, conta o proprietário José Moreira. Empresário no ramo de roupas, chegou a pensar em abrir pizzaria delivery, mas mudou de idéia quando descobriu os cones, pesquisando sobre pizza na internet. A massa não é feita no local, nem é a mesma da pizza.

Os preços variam entre R$ 4,50 e R$ 8,90, em função do tamanho e dos ingredientes. Entre as 16 opções, destaque para marguerita, calabresa e vegetariana. Além das pizzas em cone, na casa são feitas pizzas tradicionais (somente para delivery e à noite) e, curiosamente, uma série de salgados em forma cônica, como quibe, empada, pão de queijo e esfirra. Já estão sendo testados hambúrguer, crepe e sorvete em forma de cone.

Quase japonês Outra vertente curiosa da onda de novas pizzas está presente na choperia Germano, no Luxemburgo. Trata-se da pizza maki: a massa é aberta, recebe ingredientes e, em vez de ser assada aberta, é enrolada antes. Fatiada como os tradicionais makis japoneses, chega à mesa como uma porção pronta para ser comida com as mãos. O petisco está disponível nos sabores aliche (R$ 19,80) e calabresa (R$ 17,80) e faz parte do cardápio desde a abertura da casa, em 2006.

“A pizza maki foi uma invenção minha. Criei esse petisco porque adoro comida japonesa e porque pensei numa forma mais conveniente de comer pizza com as mãos. Algo bem informal, para se comer com chope, como se fosse um salgadinho”, conta o proprietário João Emílio Soares. Em sua outra casa, a pizzaria Olegário, também acrescentou opções que fogem do padrão, como os filoncinos e as pizzetes.

Os primeiros são primos do calzone. “Não parecem muito com o calzone porque a massa leva queijo. O formato lembra uma panqueca grande e não é estufado como o calzone”, explica. Alguns dos sabores são bacalhau (R$ 24,50) e pancetta com ovos (R$ 19), todos com base de mussarela, pimentões, cebola e azeitonas. Já as pizzetes (R$ 12,90) são pizzas pequenas e finas, assadas sem molho nem queijo, que funcionam como entrada, com acompanhamentos diversos, como cogumelos shiitake ou aliche.

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