Festival de cozinha veneziana movimenta a Osteria Mattiazzi

11/07/2008 04:00
Pedro Motta/Divulgação
Salada de frutos do mar com feijão rajado, uma das entradas oferecidas (foto: Pedro Motta/Divulgação)
O chef italiano Massimo Battaglini já fez inúmeros festivais em sua Osteria Mattiazzi. Constantemente em viagens enogastronômicas, sempre que retorna a Belo Horizonte promove jantares para celebrar ingredientes descobertos em suas andanças. Seja um azeite não filtrado de sua terra natal, um novo vinho ou simplesmente uma maneira diferente de fazer uma receita que já conhecia. Faltava um festival que representasse a riqueza culinária de onde nasceu, a cidade de Veneza, no Norte da Itália. É com esse mote que ele promoverá jantares nos dias 16 e 17, quando apresentará um pouco do que se come por lá. Curiosamente, a idéia lhe ocorreu por acaso. Mais especificamente, por conta de um feijão.

“Recentemente, estive andando pelo mercado municipal de Porto Alegre, olhando uns minilegumes, quando vi esse feijão. Parece com um feijão chamado borlotto, que se come na Itália inteira. É muito comum no Norte do país, enquanto o feijão canellini é comum na Toscana”, conta Massimo. Os sabores dos dois feijões, na opinião dele, são bem próximos. “É maravilhoso, adocicado”, descreve. Cru, o feijão é rajado de preto ou roxo, com fundo branco. Depois de cozido, escurece.

Dessa vez, o funcionamento do festival será um pouco diferente do habitual. Como Massimo preparou nove receitas, entre entradas, pratos principais e sobremesas, cada pessoa monta seu próprio percurso, pedindo separadamente quantos e quais itens quiser. “Não quero obrigar ninguém a comer tudo”, diz. Quem optar por duas entradas, um prato principal e uma sobremesa pagará R$ 80 (bebidas não incluídas). Para acompanhar, há 80 opções de vinhos, inclusive italianos (em média, entre R$ 50 e R$ 90, garrafa).

DO MAR “A cozinha veneziana não é rica em ingredientes. Só a parte do mar é rica. Até para ter uma horta lá é complicado. As receitas mais antigas são todas com frutos do mar e polenta, que era trocada no porto”, conta o chef. Não por acaso, as quatro opções de entrada levam peixes, moluscos e crustáceos. A começar pela salada de polvo, lagostim, camarão, lula, feijão rajado, salsão, tomate-cereja, alho e salsinha, regada com gotas de limão-siciliano e azeite não filtrado. O feijão especial é temperado só com sal e pimenta-do-reino.

Seguem-se sardinhas fritas em conserva de vinagre de vinho branco, cebola, passas e pinoli (R$ 23, para uma ou duas pessoas), creme de abóbora com mexilhão cozido no vapor e toque azeite (R$ 26, individual) e bacalhau emulsionado com azeite e servido com polenta branca grelhada e azeite de anchova (R$ 25). “Para o creme, usamos azeite de sabor mais pronunciado, mais picante, que contrasta com o sabor adocicado da abóbora. Já o bacalhau, lembra uma brandade, só que fria. Emulsiono só com azeite, no braço”, explica.

Pescados continuam a dar o tom dos pratos principais: tagliatelle da casa ao molho de tomate picante com lagostins (R$ 38, individual), tamboril com risoto de alcachofrinhas (R$ 38, individual) e um risoto de mexilhão que é finalizado com alho cru picadinho e gotas de limão-siciliano (R$ 38, individual). Para finalizar, semifreddo de biscoito amaretti, mel e mascarpone (R$ 14) ou o clássico tiramisù (R$ 12). “A parte de biscoitos da região é bem desenvolvida. As sobremesas de lá são muito secas. O tiramisù é uma exceção”, observa.

Festival de comida veneziana - Quarta e quinta, a partir das 19h, na Osteria Mattiazzi (Rua Soledade, 26, Santa Efigênia). Informações: (31) 3481-1658.

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