Uma das principais apostas e a primeira grande produção a ser lançada, WarCraft — O primeiro encontro de dois mundos chega aos cinemas brasileiros em 9 de junho de 2016. Baseado na mitologia do jogo on-line World of WarCraft, o longa, é uma aventura épica que narra os conflitos gerados pelo contato entre as criaturas orcs e os humanos. O filme é dirigido por Duncan Jones, assumidamente gamer e aficcionado pelo mundo dos jogos.
A direção de Jones é um dos motivos para acreditar que WarCraft pode abrir portas para novas produções do gênero. “Um dos principais motivos para o fracasso dos filmes anteriores é que produção e direção eram feitas, em geral, por pessoas que não entendem nada sobre o mundo dos games”, explica o relações públicas Thiago Aguiar, autor de uma monografia sobre o mercado de games.
Aguiar, que aproveitou a fixação pelo tema para se aprofundar nas pesquisas sobre as características da produção e distribuição de jogos, acredita que boa parte da dificuldade em transportar uma linguagem para outra esteja, de fato, na falta de conhecimento sobre especificidades do universo por parte de quem comandou as tentativas anteriores.
O problema não é exclusivo dos games. As histórias em quadrinhos sofreram do mesmo mal antes de emplacar blockbusters baseados nos super-heróis.
Roteiros
A falta de foco nos roteiros é outro fator apontado como responsável pelo fiasco dos jogos na telona. “Os games não eram criados para se contar uma história. Os fliperamas, por exemplo, buscavam só fichas e mais fichas e, por isso, tinham foco em jogabilidade muito difícil e em diversão”, aponta Aguiar.
O cenário, no entanto, mudou. Os games atuais apostam cada vez mais em enredos elaborados e bem escritos. “Os games atuais têm muito mais possibilidades cinematográficas, histórias mais ricas. Mesmo o diálogo entre cinema e jogos hoje é muito mais forte”, acredita Aguiar.
Assassin’s Creed é outra adaptação que desponta como possível redentora para o gênero. Previsto para estrear em dezembro de 2016, o longa trará uma história inédita que deriva da mitologia da série de jogos do mesmo nome (que já tem como característica forte o roteiro elaborado e é baseado em personagens históricos).
Longas derivados de outras franquias muito conhecidas no mundo dos games (como Resident evil, Splinter cell, Metal cear) estão em produção e prometem ser lançados em 2017. Sem a mesma expectativa dos outros lançamentos de 2016, a animação Ratchet & Plank (baseada na série exclusiva dos consoles da Sony) estreia também estreia este ano, já em maio.
“A expectativa é que eles venham para escancarar portas. Até porque estamos em uma boa época, no mercado, para a temática geek”, espera Aguiar. Com a indústria mais aberta para esse tipo de produções, Aguiar considera que o único medo é que não saibam aproveitar o momento favorável. “Se errarem agora, vai ficar muito difícil e os games no cinema acabarão presos às produções de baixo orçamento”, pondera.
Clássicos que falharam
Super Mario (1993)
Foi o responsável pelo início da sequência de adaptações fracassadas.
Mortal Kombat (1995)
Derivado do famoso game de luta, é lembrado pelos efeitos visuais de baixa qualidade. O fracasso foi tamanho que boa parte do elenco não quis voltar para a continuação em 1997.
Street Fighter (1996)
O jogo tinha um personagem japonês como protagonista, foi americanizado em sua versão no cinema e Van Damme assumiu o papel. O figurino é considerado um desastre pelos fãs..