Não foram dias fáceis. O cantor conta que achou que perderia a luta contra a doença. "Não sei nem explicar o que eu senti. Às vezes eu pensava que, se eu morresse, seria vantagem. Cheguei pro meu irmão e falei: 'Fernando, me ajuda, cara. O que eu faço?'. Ali, eu tinha certeza de que eu não tinha mais saída. É até estranho, me deu uma coisa ruim, parecia que eu preferia morrer, narrou o artista nesta terça-feira (25) à Fátima Bernardes, durante o programa Encontro.

Recuperado da virose, Cauan foi transferido para um leito clínico e comemora o bom desempenho dos pulmões. "No quarto, a gente usa um oxigênio mais brando. Eu já consigo tomar banho e comer sem ele". A cura, de acordo com o sertanejo, não foi apenas física. Ele acredita ter se tornado uma pessoa melhor nas últimas semanas.

"Deus foi me dando muita força, muita gente orando e passando coisas boas. Não só fisicamente. Uma força inteior veio me mudando. Eu era uma pessoa muito ansiosa. Deus curou muita coisa aqui dentro, não foi só o pulmão. Deus fez uma cura muito grande aqui na minha alma. Hoje, eu estou tranquilo, não sou mais ansioso. Mas era muito inquieto, tinha muitos problemas. E ficar na UTI sem poder nem mexer foi muito difícil. Mas a força de Deus me fortaleceu e, depois desses dias na UTI, comecei a ser outra pessoa", pondera.  

O goiano admite que, logo que recebeu o dianóstico positivo para o novo coronavírus, minimizou a gravidade da doença. "Comprei um oxímetro. Meu irmão, que é médico, me disse que, se o aparelho acusasse abaixo de 93% (de saturação), que eu teria que procurar o hospital. Mas eu não estava nem aí. Minha saturação já estava abaixo de 93%, mas eu respirava fundo e tentava buscar o oxigênio para não dar o braço a torcer e não ter que ir ao hospital. Porque eu já sabia que, se fosse, teria que ficar internado. Mas não teve jeito", relembra. 

Emocionado, o cantor agradeceu os fãs, os profissionais de saúde que o atenderam e reafirmou o amor pela família. 

"Eu não mereço uma coisa dessas. O tanto de coisas ruins que a gente fez, ninguém é perfeito, mas as pessoas cuidaram de mim. Tive enfermeiras que cuidaram da minha vida como se eu fosse um filho delas, eu me emociono. Tinha uma enfermeira que colocava a máscara em mim e eu não suportava e arrancava. E ela colocou de novo quando eu dormindo à noite, e eu dormi com a máscara, com ela segurando para mim. Quando acordei, arranquei de novo. Ela conversou comigo, me acalmou... Coisas que às vezes nem um pai com muito amor faz pelo filho. Não foi fácil, muita dor, mas vou sair muito melhor".