Vítima da COVID-19, morre Dulce Nunes, cantora que marcou anos 1960

Ela trabalhou ao lado de nomes como Baden Powell, Vinicius de Moraes e Egberto Gismonti

06/06/2020 13:18
Reprodução/YouTube
(foto: Reprodução/YouTube)
Morreu, na última sexta-feira (5), no Rio de Janeiro, em decorrência de uma infecção causada pelo novo coronavírus, a cantora e compositora Dulce Nunes. Ela, que iria completar 91 anos na próxima quinta-feira (11), foi um nome expressivo da cena musical carioca dos anos 1960.
 
Lançado em 1964, o álbum Pobre menina rica trazia a trilha do musical que Vinicius de Moraes e Carlos Lyra haviam lançado no ano anterior. Nos palcos, a principal voz feminina era de Nara Leão.
 
No disco, uma das candidatas para a pobre menina rica era Elis Regina. Pois foi Dulce Nunes quem acabou assumindo os vocais do trabalho, que reuniu canções como Maria Moita, Primavera e Samba do carioca.
 
Ainda na mesma década lançou dois álbuns solo, Dulce (1965) e Samba do escritor (1968). Participou ainda do cultuado Os afro-sambas (1966), disco de Baden Powell e Vinicius de Moraes, quando gravou Tristeza e solidão.
 
Nascida Dulce Pinto Bressane, ela começou sua carreira artística no cinema, nos anos 1950. O sobrenome Nunes veio do casamento com o pianista Bené Nunes, personagem que aparece na canção Coroné Antônio Bento, de Tim Maia.
 
Dulce também inspirou o desenhista, escritor, humorista Millôr Fernandes, que compôs para ela a canção Samba do escritor.

Em 1965, após separar-se de Bené Nunes, começou a cantar em público, participando de shows com Baden Powell e apresentando-se em televisão e teatros. Nesse mesmo ano, participou do Festival Nacional de Música Popular Brasileira (TV Excelsior), classificando-se entre as 10 finalistas com sua composição O jangadeiro (com João do Vale), interpretada pelo cantor Catulo de Paula.
 
Já em 1968 casou-se com o compositor Egberto Gismonti – viveram juntos até 1976. Neste período, participou de vários trabalhos com Gismonti e, mesmo após a separação, continuou sócio do compositor. Além da música, Dulce se dedicou à decoração.

MAIS SOBRE E-MAIS