Web se comove com Fábio Assunção no velório da menina Ágatha: 'Parabéns pela atitude'

Também pai de uma menina de oito anos de idade, o ator pediu o fim da violência policial no Complexo do Alemão

por Fernanda Borges 23/09/2019 09:29
Reprodução/Twiiter
(foto: Reprodução/Twiiter )
Fábio Assunção é um dos assuntos mais comentados no Twitter na manhã desta segunda-feira. O ator esteve entre as centenas de pessoas que acompanharam o velório da menina Ágatha Vitória Sales Felix, de oito anos, em Inhaúma, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na tarde desse domingo. 

Ágatha foi atingida nas costas por um tiro de fuzil dentro da Kombi em que viajava, no Complexo do Alemão, na noite de sexta-feira, 20.

No Twiiter, internautas ressaltaram a atitude do ator: "Muitos falam do tal "modo Fábio Assunção". Remetem isso à loucura, explorando de forma ridícula uma doença. Bonito poder ver ele lá, sem alardes, no enterro da Agatha. Que as pessoas entrem nesse modo Fábio Assunção: solidário, consciente, que se posiciona e luta", escreveu uma seguidora. 

Outra internauta lamentou o fato das pessoas quererem expôr o ator com vídeos e flagras. "Que a gente dê visibilidade a ações como essa e não a vídeos expondo um cara que é doente e fazendo chacota com isso", comentou. 'Parabéns pela atitude', disse outro.

Confira algumas reações na web: 


Também pai de uma menina de oito anos de idade, Fábio Assunção pedia o fim da violência policial no conjunto de favelas em que a menina foi atingida. A concentração de manifestantes foi marcada em frente à Unidade de Pronto Atendimento de Itararé. Depois, os participantes seguiram juntos para o velório da menina.

"Vim prestar minha solidariedade, o luto, não dá pra ir mais pra baixo do que isso", disse o ator. "Não é só o caso da Agatha, diariamente a gente está vendo coisas que são impensáveis. A sociedade tem que se pronunciar, se colocar", acrescentou.

O ator também se posicionou nas redes sociais:
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Sei o que pensa uma parte da população. E venho aqui de novo dar minha cara a tapa. Mas, independentemente do que pensa esse grupo que enaltece a morte, eu sinto amor e estive no Alemão hoje. Solidário, empático com a dor coletiva e marcando a posição que acredito. Que é a urgência em nos reconhecermos entre aqueles de quem aprendemos manter distância. Aprendemos que os pobres são perdedores, que os pretos são perigosos e que os ricos venceram. Será que não conseguiremos romper essa educação colonial e entender agora que somente o coletivo, a soma e a diversidade podem nos trazer alegria?? Hoje caminhando ali percebi que tinha pouca gente no cortejo. Percorri as ruas com moradores e moradoras chorando ou em silêncio. Existiam ali amor e tristeza. Ruas cheias de buracos, casas sem fachada, obras paradas, esgoto a céu aberto. O morador da periferia e da comunidade não merece viver? Está ali apenas para servir às classes que herdaram algo ou aos que tiveram chance de conquistar uma moradia silenciosa, aos que não dormem ao som dos tiroteios? Agatha tinha 8 anos. Uma criança de 8 anos ainda é pura, ainda está na categoria de anjo, na minha percepção. Minha filha tem 8. Meu filho já teve. Essa guerra em vigor é uma guerra inútil, onde todos perdem. Todos. Policiais em serviço morrem. Cidadãos de bem morrem. Crianças morrem. Quem teve a sorte de não estar na linha de tiro pode se posicionar também. Amorosa e pacificamente. Talvez isso não aconteça amanhã, mas o tempo há de nos levar pelo caminho da admiração mútua, pois todos precisam de amor, de afeto e de oportunidade de crescer. E todos são maravilhosos, cheios de força e talento pra botar pra fora. Falta apenas um olhar. Morador pobre de comunidade não é coitado. Coitados são aqueles que desprezam a vida do outro. %uD83D%uDC28%uD83D%uDC28%uD83D%uDDA4%uD83D%uDDA4%uD83D%uDC9B%uD83D%uDC9B%uD83D%uDC9B%uD83D%uDC9B%uD83D%uDC9B%uD83D%uDC9B

Uma publicação compartilhada por Fabio Assunção (@fabioassuncaooficial) em

 

Críticas


A morte de Ágatha causou comoção e motivou críticas de entidades à política de segurança pública do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). A Defensoria Pública do Estado condenou a "opção pelo confronto", enquanto a seção Rio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) destacou o "recorde macabro" de 1.249 pessoas mortas pela polícia no Estado de janeiro a agosto.

O assunto também mobilizou a internet. A hashtag a "A culpa é do Witzel" figurou entre as mais citadas no ranking do Twitter Brasil ao longo do dia de sábado. (Com Agência Estado)

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