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Morre aos 94 anos o cantor francês Charles Aznavour

Em 1950, Piaf entre o ator Eddie Constantine e Aznavour - Foto: AFP

Charles Aznavour, o último dos grandes nomes da canção francesa, morreu na madrugada desta segunda-feira (1), aos 94 anos de idade, em sua casa no Alpilles (sul da França), anunciou seu porta-voz.

O cantor francês mais conhecido do exterior estava voltando de uma turnê no Japão, e foi forçado a cancelar shows devido ao fato de ter quebrado um braço após uma queda.
 
"Ele era nosso ás imortal. Nosso ás dos poetas. Nosso ás da canção francesa. Nosso ás da popularidade. Nosso ás dos embaixadores do talento no mundo. Ele continuará sendo nosso 'Ás... navour' para sempre", escreveu Brigitte Bardot, de Saint-Tropez.
 
Sobre Aznavour, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que  "suas obras-primas, seu timbre, sua luz única vão viver por muito tempo".

"Profundamente francês, ligado visceralmente a suas raízes armênias, reconhecido no mundo inteiro, Charles Aznavour acompanhou as alegrias e pesares de três gerações", publicou o chefe de Estado no twitter. 
 
Ele nasceu Shahnour Varinag Aznavourian em Paris em 22 de maio de 1924, filho de um cantor e uma atriz oriundos da Armênia. Sua carreira no cenário musical se iniciou nos anos 1940, como intérprete e compositor, e no final da década ele conheceu Edith Piaf, que o consagrou definitivamente.

Com o tempo, seus hits se espalharam pelo mundo afora, entre os quais She, The Old Fashioned Way, La Bohème, Yesterday When I Was Young, Que C’Est Triste Venise e L’Amor C’est Comme Un Jour.

Nos últimos 40 anos, o artista se apresentou pelo mundo afora e teve suas músicas gravadas por nomes como Elton John, Sting, Bob Dylan, Placido Domingo, Céline Dion, Julio Iglesias, Liza Minnelli, Ray Charles e Elvis Costello.
 
Costello gravou em 1999 She para o filme Um lugar chamado Notting Hill, estrelado por Hugh Grant e Julia Roberts.
Originalmente a canção, de 1974, era chamada de Tous les visages de l'amour. Com sua versão em inglês, She logo chegou ao primeiro lugar na lista das mais ouvidas na Inglaterra.

Em 1988, Aznavour foi eleito o entertainer do século 20 pela CNN e Time. Também ganhou, no ano passado, uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood. Ele deixa seis filhos. 
 
O cantor veio várias vezes no Brasil, a mais última delas em 2017. Em Belo Horizonte ele se apresentou uma vez, em 2008, no Palácio das Artes. 

Veja Aznavour cantando She:

 
Fatos importantes da carreira do cantor

1946: conhece Edith Piaf. Aznavour acompanha Piaf no palco ao piano por 8 anos.
Em 1982 Aznavour e Michel Serrault no set do filme Os fantasmas do chapeleiro, de Claude Chabrol - Foto: AFP
1950: escreve em Nova York sua primeira canção, Je hais les dimanches 

1953: seu primeiro sucesso é Come in the oco of my shoulder 

1956: Eddie Barclay fecha contrato com ele, dando início a uma carreira marcada por muitos sucessos: Tu te laisses aller (1960), Je m'voyais déjà (1961)

1960: estrela o filme Atirem no pianista, de François Truffaut. 

1991: divide o palco por um mês no Palais des Congrès com Liza Minnelli. 

1995: adquire a Editions Raoul Breton e se torna assim "patrão" de seu colega e precursor Charles Trenet. 

2000: lança um novo álbum, Aznavour 2000, e faz seu "último" retorno ao Palais des Congrès em Paris. 

2003: Album "Je voyage".

2004: show de seus 80 anos no Palais des Congrès em Paris. 

2006: começa uma turnê de despedida pelo exterior. Em setembro, canta em Yerevan (Armênia). 

2014: turnê mundial pelo seu 90º aniversário.

2017: ele recebe uma estrela na "Calçada da Fama" de Hollywood e canta pela primeira vez em Bercy. 
  
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