Autora de ataque ao YouTube estava revoltada com a plataforma

Pai de Nasim Aghdam, que morreu na sede da empresa nos EUA depois de fazer disparos que feriram três, contou que a filha havia ficado furiosa com medidas da empresa que atingiram seu canal

por Estadão Conteúdo 04/04/2018 12:52

CNN/Reprodução
YouTube tem 1.700 trabalhadores em sua sede em San Bruno, na Califórnia (foto: CNN/Reprodução)

A mulher que disparou, nesta terça-feira (4), vários tiros contra funcionários do YouTube na sede mundial da empresa, na cidade de San Bruno, na Califórnia, estava furiosa com a companhia porque ela parou de receber por seus vídeos na plataforma. A afirmação foi dada pelo pai da autora, identificada como Nasim Aghdam, de 39 anos. Ela se matou após o ataque, que deixou três pessoas hospitalizadas.

O YouTube paga royalties de publicidade aos criadores de conteúdo, mas a empresa resolveu desmonetizar alguns canais por razões como conteúdo inapropriado ou por não alcançarem mais de 1 mil seguidores.

 

Nasim Aghdam era iraniana radicada em San Diego e ativista do veganismo. Ela usava a plataforma para difundir suas ideias em defesa dos animais e também para divulgar rotinas fitness. Mais recentemente, Nasim postou vídeos afirmando estar sendo discriminada e censurada pela plataforma. Ela disse que não conseguia visualizações para novas postagens e que as visualizações de antigas postagens estavam desaparecendo. 

 

 

Na terça-feira, a família de Nasim recebeu uma ligação da polícia por volta das 2h da manhã, informando que ela foi encontrada dormindo em um carro. Segundo o pai da autora, Ismail Aghdam, ele alertou as autoridades sobre o risco que sua filha representava.

Reprodução YouTube
Em vídeo, Nasim Aghdam acusa YouTube de boicotar seu canal (foto: Reprodução YouTube)
As autoridades confirmaram que uma mulher foi encontrada dormindo dentro de um carro em um estacionamento de Mountain View na terça-feira, mas ela se recusou a responder mais perguntas. As autoridades não responderam se foram alertadas sobre o risco de ataque.

A polícia disse também que as três pessoas atingidas não eram um alvo específico da autora dos disparos.

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