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Com pouco espaço e muito a dizer

Orlando Lemos Galeria recebe o Salão dos Artistas Sem Galeria

Galeria renova proposta de chamar a atenção do mercado paulista para jovens criadores. Trabalhos têm tom político e de diálogo com a conjuntura do país

Fernanda Machado
A Orlando Lemos Galeria recebe, desde o último dia 12, o Salão dos Artistas Sem Galeria, promovido pelo Mapa das Artes.
Com obras de 10 artistas selecionados entre 172 inscritos, e com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, Marta Ramos-Yzquierdo e Douglas de Freitas, a mostra tem como objetivo principal facilitar o acesso de novos criadores ao mercado de galerias de São Paulo. Em Belo Horizonte, o Salão fica em cartaz até 23 de abril.


Antes de chegar à Grande BH, as obras de Bruno Bernardi (GO/SP), Daniel Antônio (MG/SP), Daniel Jablonski (RJ), Felipe Seixas (SP), Giulia Bianchi (SP), Marcelo Oliveira (RJ), Mariana Teixeira (SP), Renan Marcondes (SP), Renato Castanhari (SP) e Sergio Pinzón (Colômbia/SP) foram exibidas nas galerias Zipper e Sancovsky, na capital paulista. Recebendo os trabalhos do Salão desde o ano passado, o galerista Orlando Lemos conta que a curadoria deste ano está bem diversificada. “Temos obras em todas as mídias. É uma exposição contemporânea, bonita de ver, mas também bem conceitual”, afirma.


Outra característica que Lemos destaca é o cunho político dos trabalhos, o que mostra que jovens artistas estão refletindo em suas produções o momento do país. “A exposição começa com uma obra que se chama Lava jato. É lindo, extremamente plástico, mas, ao mesmo tempo, tem essa pegada política”, afirma.

As demais obras incluem produções de vídeo, pintura, escultura e, especialmente, fotografias.

CONEXÃO MINAS/SP Desde a edição do ano passado, o Salão dos Artistas Sem Galeria aporta também na Grande BH, mais precisamente em Nova Lima. A iniciativa surgiu a partir do contato do próprio Orlando Lemos com Celso Fioravante, editor do Mapa das Artes e organizador do salão. “Meu interesse na galeria sempre foi muito pelos artistas jovens. Tenho curiosidade de acompanhar e hoje fica mais fácil, por conta das redes sociais, ter um panorama do que eles estão produzindo”, explica. “Acabei descobrindo o salão nessas minhas pesquisas. Tive a ideia de trazer para cá e conversei com o Celso. Ele ficou superanimado. E o resultado foi um sucesso”, diz.


Segundo Lemos, a capital mineira tem um mercado emergente de colecionadores mais jovens. Trazer o salão para a cidade é importante, porque apresenta esses novos artistas a essa parcela interessada. “Acho que eles trazem um frescor que nos alimenta. E, por ser novos, vêm com várias características atreladas. O preço das obras, por exemplo, costuma ser muito bom, o que atrai os colecionadores”, explica.


Sobre o fato de o principal objetivo do salão ser inserir artistas no mercado paulista, o galerista acredita que, nesse caso, não cabe o provincianismo. “Não dá para ir contra o fato de que São Paulo é uma grande vitrine.

Dos 10 artistas selecionados no ano passado, metade já expõe em galerias de lá atualmente. É um número expressivo, que vem da visibilidade do salão. As obras foram mostradas em duas galerias importantes de lá, o trabalho de assessoria de imprensa é eficaz”, enumera.


No entanto, ele frisa a importância de os novos realizadores mostrarem suas obras em suas cidades de origem, além de circular também por outras regiões. “É uma coisa pela qual sempre vou lutar. E sempre vou abrir espaço para artistas mineiros e também de outros estados.”

 

7º SALÃO DOS ARTISTAS SEM GALERIA

Várias linguagens. Obras de Bruno Bernardi, Daniel Antônio, Daniel Jablonski, Felipe Seixas, Giulia Bianchi Thompson, Marcelo Oliveira, Mariana Teixeira, Renan Marcondes, Renato Castanhari e Sérgio Pinzón. Orlando Lemos Galeria. Rua Melita, 95, Jardim Canadá, (31) 3224-5634 e 3581-2025. Até 23/4, das 10h às 19h.

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