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Brasileiro da gema

Mineiro Ary Barroso ganha homenagem do Ballet Stagium

Espetáculo 'O canto da minha terra' entra em cartaz neste sábado no Sesc Palladium

Walter Sebastião
Márika Gidali com Célia, Celma e o coreógrafo Décio Otero - Foto: Arnaldo Torres/divulgação
Uma celebração da brasilidade. É assim que o coreógrafo Décio Otero define o espetáculo O canto da minha terra, que o Ballet Stagium apresenta amanhã em BH. Com música de Ary Barroso (1903-1964) e dança que soma o contemporâneo, o moderno e o clássico, a montagem mostra vida e obra do autor de Aquarela do Brasil.


“É um espetáculo bem emocional”, afirma o coreógrafo, contando que a montagem mexe profundamente com a memória afetiva das pessoas, até por trazer sucessos de Francisco Alves, Aracy de Almeida, Carmen Miranda, Lamartine Babo, Mário Reis e Silvio Caldas. Trata-se de um documentário a partir de pesquisa sobre a trajetória de Ary, que também foi radialista e político.

Para Décio, Ary Barroso pensou o país com a mesma filosofia do Ballet Stagium. “Quanto mais mexemos nas raízes do Brasil, mais universais ficamos”, diz, lembrando que o mineiro permanece ainda hoje como um dos grandes cronistas de sua época.
Otero explica que O canto da minha terra não traz ilustrações de um contexto, mas a interpretação de questões artísticas propostas por Ary, que tocam em temas como a memória cultural e social. “Para o Stagium, um bom espetáculo diverte e faz o espectador pensar sobre o que está vendo”, argumenta.

As dupla sertaneja Célia e Celma faz participação especial. As gêmeas foram vizinhas da família de Ary Barroso em Ubá, na Zona da Mata mineira, onde o compositor nasceu. “Elas fazem Canto da minha terra ganhar ainda mais forma como montagem que fala de raiz, de um lugar, de uma terra”, conta Otero.

O espetáculo comemora os 45 anos do Ballet Stagium, criado pelo casal Márika Gidali e Décio Otero em São Paulo.

“Queremos mostrar para o nosso povo o quanto a dança é importante. E não só nos grandes teatros de veludo, mas em hospitais, escolas, periferias e presídios”, diz ele, defendendo a síntese entre arte e educação. “Ao contrário do que dizem os puristas, as duas coisas podem se misturar. Dança desenvolve disciplina, sociabilidade e trabalho em grupo”, conclui Otero.


O CANTO DA MINHA TERRA

Com Ballet Stagium e a dupla Célia e Celma. Neste sábado, às 21h. Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).

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