A cantora Fernanda Takai se emocionou durante a sessão apresentada exclusivamente para ela e a imprensa. “Nunca imaginei as músicas nessas coreografias. Os meninos e meninas, que têm realmente o DNA muito forte do Grupo Corpo, estão muito bem orientados”, elogiou. Ela se refere aos 75 jovens de 14 a 24 anos que estarão em cena. Eles integram os grupos intermediários e experimentais de dança (GED) e de dança urbana (GDU) do projeto.
Fernanda não interferiu na escolha do repertório. O trabalho coube à coreógrafa Sandra Santos, bailarina do Corpo por sete anos. “Ela foi super lado z”, brincou a cantora, lembrando que a seleção veio de quem realmente conhece o Pato Fu.
“Algumas canções já têm idade, mas ganharam outra vida. As coreografias trazem algo de que o Pato Fu gosta: tratar a música por camadas. Os bailarinos fizeram isso com o corpo, traduzindo muito bem o sentimento de cada canção”, elogiou.
A surpresa foi a inclusão da versão a capela, “completamente indie”, de Verdade sobre o tempo. O registro foi criado pelo projeto Música de bolso, gravado em um cemitério paulistano. No vídeo, que pode ser acessado na internet, Fernanda está acompanhada por um metrônomo. “Aqui ficou intenso. Despida e com menos elementos, a música oferece aos bailarinos fragilidade e, ao mesmo tempo, intensidade de interpretação”, observou.
Sandra Santos definiu o repertório em uma semana. Primeiro, ouviu 160 músicas. À medida em que as canções “batiam”, o funil se estreitou, até chegar às “lado B”: O que é isso, A verdade sobre o tempo, And now, O amor em carne e osso, Sertões, Simplicidade e Sobre o tempo. “Gosto do Pato Fu e, quando a canção bate com o coreógrafo, o trabalho flui mais fácil. O mais gratificante é trabalhar com essa turma, que tem uma grande força de vontade. O querer deles se uniu com o meu querer”, elogiou.
Além dos bailarinos que subirão ao palco, o Corpo Cidadão atende 625 crianças e adolescentes por meio do Programa Escola Integrada da Prefeitura de Belo Horizonte.
AS MAIS BELAS DIFERENÇAS
Espetáculo do Corpo Cidadão. Domingo, às 16h, na Praça Modestino de Sales Barbosa, Bairro Flávio Lisboa.