Festival Internacional de Improvisação tem atrações gratuitas em BH e Contagem

Espetáculos de humor e dança são destaques da programação, que segue até 4 de outubro

por Bossuet Alvim 01/10/2015 19:04

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Fimpro/Divulgação
'Playlist', do Coletivo Movasse, abre programação nesta quinta-feira, 1º (foto: Fimpro/Divulgação)
Nascido em Belo Horizonte há oito anos, o Festival Internacional de Improvisação (Fimpro) retorna à capital a partir desta quinta-feira, 1º, em edição com artistas brasileiros e estrangeiros que se estende a Contagem. "Todos os lançamentos do festival nestes oito anos sempre aconteceram em BH, mas a gente circulava por outros estados. Este ano decidimos nos manter na cidade e em Contagem, por conta da cena de improvisação que já existe nestes locais", explica Mariana Lima Muniz, curadora do projeto.

Até o próximo dia 4, espetáculos de improvisação cênica e de dança ocupam palcos da Região Metropolitana, sempre com entrada franca. A comicidade é destaque entre os gêneros da seleção porque "a criação feita no instante leva para uma relação mais próxima do humor", segundo Mariana. "O humor é a forma de teatro mais próxima do público, independente de ser improviso ou não, desde a formação do teatro nacional no século 18", destaca a curadora.

Outra presença constante nas edições do Fimpro é a dança, neste ano representada por Playlist, do coletivo Movasse. Antes do espetáculo, o público elege um pacote de 30 canções, sem conhecer o repertório, das quais cinco ou seis serão executadas na sessão. Em cena, os dançarinos improvisam movimentos para as faixas tocadas aleatoriamente,

"É um trabalho que está sempre se renovando, nunca vai ser igual, justamente por ser improvisação", conta Ester França, coréografa e dançarina do coletivo. Para ela, o ato de criar e interagir com os colegas de palco sem planejamento prévio é "uma oportunidade para a gente estudar, se alimentar, colocar em prática a criação".

Desde 2006 ao lado de Andréa Anhaia, Carlos Arão e Fábio Dornas, Ester explica que o Movasse funciona como campo de expansão dos horizontes artísticos. "Começamos a improvisar porque trabalhamos com criação há mais de 15 anos. É uma decorrência do nosso processo artístico", detalha.
Fimpro/Divulgação
Argentino Marcelo Savignone explora lado primitivo da atuação com o improviso em 'Vivo' (foto: Fimpro/Divulgação)
Convidado ilustre do Fimpro, o argentino Marcelo Savignone usa a improvisação como ferramenta de contato com a atuação em seu estado mais primitivo. Vivo, com sessão nesta sexta-feira, 2, recorre ao uso de máscaras para expressar a linguagem universal do teatro, elevando a expressão corporal ao elemento máximo da transmissão de emoções para o público.

Outro destaque na programação é o espetáculo Improcedente coletivo, dos mineiros da UMA Companhia, que recebem no palco artistas de todos os outros espetáculos do Fimpro. Submetidos à decisão do público, os atores e dançarinos improvisam sob a orientação de diretores que disputam a aprovação da maioria dos espectadores. "Funciona como uma jam session de jazz, com artistas que nunca treinaram juntos antes colaborando entre si. Esse é um dos grandes diferenciais da improvisação no teatro, permitir o encontro dos artistas em cena, diante do público", comemora Mariana Lima Muniz.

Três perguntas para...
Ester França, do Coletivo Movasse
Guto Muniz/Divulgação
De formações clássica, moderna e contemporânea, Ester França atua com o Coletivo Movasse desde 2006 e desenvolve o projeto Dança Jovem de profissionalização (foto: Guto Muniz/Divulgação)
• Em um festival com entrada franca, existe a intenção de vencer a distância entre o público de teatro convencional com a improvisação?

Essa preocupação, no caso do Playlist, existe desde a concepção do espetáculo. Elencamos oito temas que o público pode escolher e os títulos já sugerem possibilidades. Dependendo do público, a maioria vai optar por um titulo mais acessível, como por exemplo, "Pra não levar a sério". Se for um público mais acadêmico ou artístico, vai optar por "Menos é mais". Mas isso não é uma regra, sempre pode mudar. A improvisação vai acontecer de acordo com as lógicas que forem criadas na hora pelos bailarinos. O movimento é o ponto de partida para a improvisação.

 

• Por ser improvisação, um espetáculo como Playlist pode ser visto em constante mudança?

É um trabalho que está sempre se renovando. Nós sempre tiramos algumas músicas, inserimos outras, de acordo com sugestões que recebemos e com a reação do público. Às vezes, quando um tema é sorteado aleatoriamente por muitas vezes seguidas, nós o retiramos também.

 

• Qual o principal desafio da improvisação em dança?

O maior desafio é se manter conectado em relação ao todo. Em cena, é preciso estar ligado aos outros artistas, ao momento cênico, ao público, música, iluminação. Manter o corpo conectado. Há um grande desafio em estabelecer o "eu" e todos esses outros que estão ao seu redor, poder articular os dois lugares, conseguir essas relações. 

 

FIMPRO - FESTIVAL INTERNACIONAL DE IMPROVISAÇÃO

Todos os espetáculos com entrada franca; senhas devem ser retiradas duas horas antes de cada sessão, nas bilheterias dos teatros. Confira programação completa e sinopses no site oficial do evento. Mais informações em (31) 3225-7521.

 

Em Belo Horizonte

Até 4 de outubro no Galpão Cine Horto (Rua Pitangui 3613, Horto). Espetáculos de quinta a sábado às 21h, domingo às 19h. 

 

Em Contagem

Dias 10 e 11 de outubro no Sesi Contagem (Via Sócrates Marianni Bittencourt, 750 - Bairro Cinco). Espetáculos às 21h no sábado e 19h no domingo.

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