“Temos visto fontes que constituíram a nossa cultura gráfica vendidas ao ferro-velho”, protesta Ana Utsch, referindo-se a antigas impressoras tipográficas. De acordo com ela, esses equipamentos poderiam estar funcionando a serviço de projetos culturais, em espaços de memória. Assim, eles mostrariam, “de forma viva”, o momento essencial da história da humanidade que desaguou nos modernos computadores. Trabalho nesse sentido foi realizado em Diamantina com as restauradas impressoras do jornal Pão de Santo Antônio, objeto de análise dos pesquisadores Tânia Regina de Lucca e James William Goodwin Júnior.
Bruno Guimarães Martins vai falar sobre uma personalidade histórica: o carioca Paula Brito (1809-1861). Negro, tipógrafo, poeta e dramaturgo, ele foi o primeiro a levar o tema racial para a política, inclusive por meio dos jornais O homem de cor e O mulato, com discurso abertamente abolicionista. Foi também o primeiro a editar Machado de Assis, aprendiz de tipógrafo nas oficinas dele.