O Carnaval de Belo Horizonte voltou a atrair multidões para as ruas nos últimos dois anos. A expectativa é que em 2015, mais de um milhão de foliões tomem conta da capital mineira. A volta da festa ao cenário brasileiro foi impulsionada pelos blocos de rua. Porém, sem investimento por parte do poder público, os grupos estão tendo que tomar medidas para angariar recursos. É o caso do Baianas Ozadas, que desde novembro, criou uma campanha de financiamento coletivo.
De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, o investimento para o Carnaval foi de aproximadamente R$ 5,5 milhões. Deste montante, R$ 312,5 mil foram direcionados as Escolas de Samba que vão desfilar na Avenida Afonso Pena, entre subvenção e premiação do desfile. Também foram repassados recursos para infraestrutura, como banheiros químicos e palcos espalhados pela cidade. “As agremiações têm que ter caminhões, baterias, e figurinos, por isso o investimento”, diz Mauro Werkema, presidente da Belotur. Ele admite que nenhum repasse será feito para aos blocos de rua.
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Mesmo sem o apoio, o número de agremiações está crescendo a cada ano. Em 2014, foram 186 grupos cadastrados. Neste ano, a PBH acredita que deve superar 200 inscrições. Uma das bandas mais antigas e famosas da folia da capital, o Baianas Ozadas, já está garantido. Porém, tentaram uma situação nova para angariar dinheiro e investimentos.
O grupo alegra os foliões entoando músicas do axé baiano que ficaram famosas nas décadas de 70, 80 e 90. Com o passar dos anos, ganhou muitos seguidores. A produtora e uma das fundadoras do coletivo, Renata Andrade Chamilet, afirma que com o aumento do número de pessoas, receberam reclamações por causa do som. “Temos um grupo com 300 pessoas na percussão, e sons para os dois vocalistas e os guitarristas. Muitas pessoas foram na nossa fan page e reclamaram que o som estava ruim. Foi ai que eles mesmos deram a ideia para fazer uma espécie de vaquinha”, explica.
A banda gostou da sugestão e procurou saber a melhor forma para angariar investimento. “Pensamos que o melhor seria o financiamento coletivo de iniciativa de blocos de carnaval, que tem mais sucesso no Brasil. Por exemplo, os blocos de Brasília, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, conseguem sempre captar recurso. Em Belo Horizonte é pioneiro. Ainda não tivemos muito sucesso”, confessa Chamilet.
Mesmo com pouco recurso angariado, o grupo garante a festa em 2015. Os integrantes pretendem investir dinheiro, como fazem todos os anos, e o som deve ser o mesmo que gerou reclamação. “O que o pessoal tem que ter confiança é que o desfile vai acontecer mesmo sem o total da verba. Vamos fazer através das nossas doações e com o som capengando mesmo”, comenta.
Cadastramento
O cadastramento para os blocos de rua que vão desfilar na capital mineira no Carnaval 2015 foi prorrogado pela PBH até 8 de dezembro. Os interessados devem acessar o site oficial da festa e preencher um formulário online. O organizador terá que passar o local detalhado de onde o bloco se apresentará, data e horário do desfile, estimativa de público de 2014 e previsão para 2015, percurso do desfile.
“Esse procedimento é muito importante, porque precisamos saber os locais, percurso e público estimado, no sentido da logística. Com essas informações podemos distribuir banheiros públicos e acionar órgãos como PM, BHTrans e SLU”, diz o presidente da Belotur.
O Carnaval 2015 vai ser aberto oficialmente em 8 de dezembro, com uma grande festa na Serraria Souza Pinto. Na ocasião, será eleita a Corte Momesca e também o lançamento das marchinhas. O público poderá acompanhar. Serão disponibilizados 3 mil ingressos gratuitos. As entradas podem ser retiradas no Mercado das Flores, na Avenida Afonso Pena.