Margaret Stohl conversa com os leitores na Bienal do Livro de Minas

Autora da série que deu origem a Dezesseis luas chega ao país para divulgar Ícones, seu primeiro romance

por Mariana Peixoto 16/11/2014 00:13

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RECORD/DIVULGAÇÃO
(foto: RECORD/DIVULGAÇÃO)
Depois de 16 anos dedicados à produção de videogames e com os filhos já criados, Margaret Stohl decidiu: era chegada a hora de iniciar a carreira para a qual havia estudado tanto – aí incluídos cursos nas universidades de Yale e Stanford, nos Estados Unidos. “Minha filha, na época com 13 ou 14 anos, disse-me que eu nunca conseguiria terminar de escrever um livro. ‘É mesmo? Então vou te provar’, reagi”, relembra Margaret. Ela se uniu à amiga Kami Garcia e criou a série Beautiful creatures.


Publicada no Brasil pela Record, a tetralogia mistura fantasia e romance açucarado. O primeiro volume, Dezesseis luas (os subsequentes são Dezessete, Dezoito e Dezenove luas, respectivamente), chegou ao cinema em 2013, com elenco estelar (Jeremy Irons, Emma Thompson e Viola Davis). A repercussão foi aquém da esperada nos EUA – no resto do mundo, o filme de Richard LaGravenese teve público de acordo com as expectativas.

Uma vez bem-sucedida como autora do segmento jovem adulto, nicho expressivo do mercado editorial, Margaret, hoje com 47 anos, percebeu que poderia alçar voo solo. Graças a seu primeiro romance, Ícones, a escritora faz sua primeira incursão no Brasil. Depois de participar da Fliporto, em Pernambuco, ela chega a Belo Horizonte e, na terça-feira, vai ao Rio de Janeiro.

Única autora norte-americana a participar da Bienal do Livro de Minas, Margaret conversa com o público hoje, a partir das 12h, no Expominas, como convidada do projeto Conexão Jovem. “Espero que consiga me encontrar com o maior número possível de leitores, ainda mais porque os brasileiros são muito ativos on-line”, afirma ela, que também autografa Sirena, o primeiro título da série Dangerous creatures, sua nova parceria com Kami Garcia.

BIENAL DO LIVRO DE MINAS
Hoje, das 10h às 22h. Expominas, Avenida Amazonas, 6.030, Gameleira. Às 12h, Margaret Stohl participa do projeto Conexão Jovem. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Assinantes do EM têm 20% de desconto na compra de um par de ingressos. Informações: www.bienaldolivrominas.com.br

 


Entrevista/Margaret Stohl


 “Não leio crítica”

Em que aspectos escrever uma série é diferente de um romance?
Quando começa, você tem uma ideia do arco geral da história, mas não sabe como chegar lá. Essa é a grande aventura. Mas fiz videogames antes de me tornar escritora, então sempre pensei em histórias longas, com várias partes. Uma saga mesmo. Os videogames foram uma espécie de treino. Além disso, para o público jovem, as séries funcionam como as séries de TV. Você se aproxima dos personagens e os tem como amigos, quer ver como eles mudam ao longo do tempo.
 
Como você se sentiu ao ver seus personagens e a sua história no cinema?
Foi interessante, embora veja o filme como uma derivação. A história que escrevemos é muito visual, foi incrível ver atores fabulosos como Jeremy Irons e Emma Thompson interpretarem o que criamos. E houve toda a estética, o luxo, a perfeição do cinema.

O filme vai ganhar uma sequência?
Como ele não foi um megassucesso nos Estados Unidos, ainda estamos esperando o que pode ocorrer. Pode ser que haja um segundo longa ou algo na televisão, mas não houve ainda um sinal.
 
Com a explosão do mundo digital, qualquer um pode se tornar escritor. Que sugestões você daria para quem pretende entrar nesse universo?
Conheço gente que apenas se senta e começa a escrever. Começar é muito diferente de terminar uma boa história. Quando dou cursos de escrita criativa, costumo dizer aos alunos para primeiro tentar escrever o pior livro possível. Às vezes, as pessoas têm tanto medo que não querem concluir o que começaram. Então, primeiro chegue ao final. Depois, leia muito para poder se desenvolver, é também importante saber o que está sendo escrito no mundo. Digo aos meus alunos: sempre carreguem papel e caneta ou um tablet, pois a inspiração pode chegar a qualquer hora. E mais: tenham por perto uma pessoa confiável para ler o que você escreveu.

A internet é muito importante para o tipo de livro que você escreve?
É, pois ela me mantém conectada com os fãs. Também é boa para saber quem está fazendo o quê. No meu caso, jamais li uma só crítica escrita sobre meus livros. Nunca. Isso é coisa para o meu editor, não para mim. Tenho que manter meu espaço e, além disso, escritores são almas sensíveis, que não podem ser afetadas por negatividades. Não importa quão positiva seja uma crítica, sempre vai haver aquela única linha (negativa) que vai te deixar obcecada para sempre. Então, prefiro não ler.

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