Mostra 'BH in solos' leva espetáculos com apenas um ator em cena à Funarte

Programação vai até o dia 23 de novembro, com oito montagens

por Walter Sebastião 13/11/2014 09:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Thiago Macedo/divulgação
Memórias póstumas de um neguinho, atração de amanhã (foto: Thiago Macedo/divulgação)
Até dia 23, a Funarte MG recebe um projeto de teatro radical, que coloca apenas um ator em cena. Robson Vieira, coordenador da mostra 'BH in solos', explica que esse formato assusta até o artista. “Ou você está inteiro no palco ou não está. Se não tem a plateia junto de você, mesmo que não dialogue direto com ela, não tem nada”, avisa. Essa modalidade das artes cênicas é fascinante e rica, garante.


O projeto tem dois blocos de quatro espetáculos, com no máximo uma hora, selecionados entre 40 propostas pela comissão formada por Robson Vieira, Letícia Castilho e Fábio Furtado. Com ou sem texto, as montagens são realistas, mas também se abrem ao diálogo com o surreal, dando ênfase a conteúdo político ou pesquisas de linguagem. Para isso, os artistas se valem de diferentes recursos: manipulação de bonecos, instalação, projeções e música ao vivo, por exemplo.

“Estarão em cena belos espetáculos, de grande qualidade técnica. As histórias prendem o espectador”, diz Robson Vieira. Pela primeira vez, a programação vai contar com uma produção estrangeira, vinda da Colômbia.

“Um aspecto que está na maioria dos trabalhos é a investigação do universo pessoal, montagens que trazem registro quase autobiográfico”, conta Vieira. O aumento da oferta de espetáculos solo tem vários motivos. Muitos foram criados como trabalho de conclusão de curso universitário. “Não há mais aquela ideia de que para fazer um solo é preciso ser uma celebridade das artes cênicas”, pondera. Há quem ache que mais fácil circular com um solo, mas Vieira diz que isso não é verdade. Espetáculos assim são raros em festivais de teatro, observa.

Robson Vieira explica que o gênero ainda sofre preconceito, seja por parte de festivais de teatro, seja do público, inclusive o especializado. A desconfiança é movida pela dúvida sobre se uma pessoa, sozinha, pode fazer um bom espetáculo. “Isso é um equívoco. Estar só no palco é momento rico para um ator”, garante. “Além disso, você não está sozinho. Há o diretor, o iluminador, o responsável pelo som e a plateia”, reforça. O público é o grande parceiro do ator nessas produções, conclui.

BH IN SOLOS


Quinta– Pose para (não) esquecer, com Heloísa Marina (SC), às 20h
Sexta– Memórias póstumas de um neguinho, com Zap 18 (MG), às 20h
Sábado – Con mis piés en tu tierra, com Teatro el Baul (Colômbia), às 20h
Domingo – Ensaio para senhora azul, com Kelly Crifer (MG), às 19h
Dia 20 – Discurso do coração infartado, com Silvana Stein (MG), às 20h
Dia 21 – Bestiário, com Vinícius Souza (MG), às 20h
Dia 22 – A projetista, com Dudude (MG), às 20h
Dia 23 – Desmemória América Latina, com Flores de Jorge Cia. Cênica (MG), às 19h

Funarte MG. Rua Januária, 68, Floresta, (31) 3214-3258. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada)

MAIS SOBRE E-MAIS