Exposição no Rio reúne peças de coleção latino-americana que confundem e provocam o visitante

Mostra Ilusões, em cartaz na Casa Daros, no Rio de Janeiro vai até 13 de fevereiro de 2015

por Helvécio Carlos 14/09/2014 00:13

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Fotos: Helvécio Carlos/EM/D.A Press
(foto: Fotos: Helvécio Carlos/EM/D.A Press)
No mundo da ilusão, há espaço para humor, tensão, poesia e ironia. Na mostra aberta esta semana na Casa Daros, em Botafogo, no Rio de Janeiro, além de tudo isso, a ilusão tem um pé na realidade e é também provocadora. São 53 obras entre vídeos, fotografias e objetos, de 11 artistas, todas do acervo da Coleção Daros Latino-América, de Zurique, Suíca. Peças que prometem emocionar, divertir e trazer questionamentos para o público. Caso, por exemplo, da criação sem título dos colombianos Fernando Pareja e Leidy Chávez em que um grupo corre em direção ao abismo, no centro de uma roda que gira sem parar. Sob efeito da luz estroboscópica com áudio de sons e gritos, a obra se torna lúdica e, ao mesmo tempo, angustiante. “Aquelas bonecas representam velhas e oprimidas mulheres colombianas que trabalham no campo e que nascem sem muitas opções de vida”, observa Hans-Michael Herzog, responsável pela curadoria da mostra ao lado de Katrin Steffen.

A mostra ganhou um núcleo a partir do olhar dos curadores sobre as obras dos argentinos Leandro Erlich e Liliana Porter (Cambiadores), dos cubanos Marco Antonio Castillo Valdés e Dagoberto Rodríguez Sánchez, dupla que forma o Los Carpinteros (16m), do carioca José Damasceno (O presságio seguinte) e do uruguaio Luiz Cammitzer (uma sala com várias obras). Ilusões se completa com trabalhos do cubano José Toirac e dos mexicanos Teresa Serrano e Mauricio Alejo.

Se não houve dificuldade para selecionar as obras, Herzog revela que a montagem exigiu muito cuidado, como em Cambiadores, na qual o visitante pode entrar por uma série de provadores, perdendo-se no caminho graças à ilusão de ótica. “Foi um trabalho de arquitetura como fazer uma pequena casa onde tudo tem que ser milimetricamente perfeito”, explica. O presságio seguinte, de José Damasceno, também demandou rigor na montagem. “Foi preciso construir duas paredes extras, com pesos, para contrabalançar a tensão das cordas da obra”, comenta o curador. Afinal, arte também é ilusao? “Arte não é ilusão. A realidade é uma ilusão. A arte é a coisa mais real do mundo”, filosofa Herzog.

ILUSÕES

Aberta até 13 de fevereiro de 2015, de quarta a sábado, das 11h às 19h; domingos e feriados, das 11h às 18h. Casa Daros, Rua General Severiano,159, Botafogo, Rio de Janeiro, Ingressos: R$ 12. Na internet em: www.illusions.casadaros.net/port/.

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