Chega a BH montagem de A besta, comédia que reverencia a figura do palhaço

Espetáculo também presta homenagem ao mestre francês Moliére

por Carolina Braga 05/09/2014 08:00

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João Caldas/Divulgação
(foto: João Caldas/Divulgação)
Já são 40 peças de teatro no currículo, mais da metade delas, comédias. O diretor paulista Alexandre Reinecke tem motivos de sobra para ser mesmo chamado de “o rei” nessa área. Ele não nega a paixão pelo gênero, ainda que saiba tratar-se de mero rótulo midiático. “Sempre fui um estudioso e um entusiasta. Na comédia não tem como esconder atrás dos efeitos. Ou você acerta ou erra”, sintetiza. Na opinião dele, 'A besta', a montagem em cartaz Teatro Bradesco este fim de semana, é dos casos bem sucedidos.

A produção feita em parceria com Os Parlapatões tem na diversidade do elenco um dos pontos positivos. Além de Hugo Possolo, Alexandre Bamba e Fabek Capreri, integrantes da tradicional companhia paulistana, conta com Ary França, Iara Jamra, Priscila Fantin e Celso Frateschi. Tem desde gente experiente em dramas como rostos conhecidos da televisão.

O texto, do norte-americano David Hirson, apesar de ter estreado na década de 1990, propõe um olhar bem-humorado sobre o passado. A trama se passa em 1654 e conta a história de uma princesa (Priscila Fantin), patrocinadora de uma trupe teatral, que resolve forçar a contratação de um palhaço de rua, Augusto Valério (Hugo Possolo), pelo qual se apaixonou. Ele, no entanto, precisa enfrentar a resistência do diretor da trupe, Elomire (Celso Frateschi).

“Como o autor é um estudioso da palavra, faz analogia com o teatro e a sociedade de hoje. Toca em um tema atual: como o novo sempre incomoda o velho e o já estabelecido”, comenta Alexandre. Foi ele quem teve a ideia da montagem, desde que viu a encenação no West End de Londres. “O primeiro tour de force foi conseguir uma boa tradução, porque o texto é todo rimado”, diz.

Na contramão do mercado, Alexandre se assume um apaixonado por grandes elencos. Em 'A besta' são 10 atores em cena, fora os outros oito profissionais que dão suporte na produção. “Acho que assim é sempre mais divertido, interessante e visualmente mais atrativo porque enche os olhos”. A peça tem, ainda, figurino luxuoso de Fábio Namatame e cenário assinado por José de Anchieta.

'A besta' também é homenagem assumida do autor ao mestre da comédia, o francês Moliére. Tanto que além de ser ambientada no país natal do criador de 'O doente imaginário', o nome do diretor da trupe é um anagrama do dramaturgo, ator e diretor queridinho do rei Luis XIV. Por sua vez, o nome Augusto é uma reverência à figura do clown. A montagem estreou em maio, em Campinas, e depois fez temporada de dois meses em São Paulo. Para Reinecke a recepção foi uma surpresa. “Por incrível que pareça, a peça foi um sucesso de crítica”, conta. Depois de Belo Horizonte, a trupe segue para Brasília, Goiânia, Vitória e São José dos Campos.

A BESTA

Sexta e sábado, 21h. Teatro Bradesco. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, (31) 3516-1360. Ingressos: R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia-entrada).

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