Reflexões sobre o ato de escrever, as novas opções oferecidas pela informática, a passagem do tempo, as paixões avassaladoras e a fragilidade do macho, que hoje em dia anda meio sem rumo, são alguns dos temas explorados por Luís Giffoni no volume de crônicas O acaso abre portas, que ele autografa hoje na Quixote. Viajante contumaz, o escritor fala também sobre suas andanças pelo mundo: dos Andes bolivianos, onde conviveu com populações nativas, a monastérios budistas no alto do Himalaia.

Histórias e mais histórias, muitas delas inspiradas em fatos reais, são também fruto da fantasia, do olhar de Giffoni sobre as coisas do mundo e a realidade que o cerca. “A rua costuma ser o meu grande arquivo. Basta ‘abrir’ o quarteirão, antenar a sensibilidade e encontrar o assunto, que está à nossa espera. Quando isso não ocorre, a leitura de um livro ou jornal também me remete ao tema”, diz.

Nascido em Baependi, no Sul de Minas, Luis Giffoni deixou a arquitetura, há alguns anos, para se dedicar à literatura. Ele começou a escrever crônicas ainda na adolescência ao observar o cotidiano, inspirado por Rubem Braga, Fernando Sabino e Carlos Drummond de Andrade. Anos depois, voltou-se para o romance.
“Uma frase ouvida na rua, um olhar, um acaso, tudo pode virar crônica. De vez em quando, o assunto raleia, e elas saem a fórceps. São sashimis dos meus miolos, cortados com faca cega. As palavras, quando custam a nascer, doem muito”, revela.