Pioneira do teatro, Haydée Bittencourt deixa legado extenso que inclui Belo Horizonte

Atriz, diretora e professora foi um dos nomes a reivindicar a construção do Teatro Marília em BH

por Mariana Peixoto 17/08/2014 09:38

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Cristina Horta/EM/DA Press - 13/3/02
Haydée formou gerações de atores e dirigiu montagens memoráveis no Teatro Universitário (TU) (foto: Cristina Horta/EM/DA Press - 13/3/02)
Será enterrado neste domingo, no Cemitério da Consolação, em São Paulo, o corpo da atriz, diretora e professora Haydée Bittencourt, que morreu na manhã de sábado, 16, aos 93 anos, de disfunção de múltiplos órgãos, na Beneficiência Portuguesa. Paulista, descobriu o teatro em Portugal, onde passou a infância. Aprofundou sua formação na Royal Theater, em Londres. Em 1961, já com uma carreira em São Paulo transferiu-se para Belo Horizonte, onde durante 24 anos dirigiu o Teatro Universitário (TU).

Foi no TU que ela formou gerações de atores e dirigiu grandes espetáculos, atenta à atualidade dos clássicos, à importância do conhecimento técnico e de uma formação sólida. “Sempre foi uma mulher contra a correnteza, que lutou pela conservação do texto e conservação do espírito do autor”, observa Gabriel Federicci, autor do livro 'Haydée Bittencourt – O esplendor do teatro', publicado em 2010. O lançamento, há quatro anos, motivou uma das últimas viagens de Haydée a BH. Recentemente, foi vista na televisão, na minissérie 'Som & fúria' (2009), produção da O2 para a Globo.

Haydée também teve vital importância para a criação de um dos mais tradicionais teatros de BH. Foi um dos nomes a reivindicar verbas para a construção de um local adequado ao ofício teatral. Em 29 de abril de 1964, o Teatro Marília era inaugurado com uma montagem do TU, dirigida por Haydée, de Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues. “O bom texto revela o ser humano de modo integral. Se não revela, não há elo com a plateia”, afirmou ela na última entrevista concedida ao EM, em 2010.

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