A agenda é variada, contando com artistas locais e nomes de destaque no cenário nacional. Exposições, feiras de artesanato, peças de teatro e concertos poderão ser conferidos neste fim de semana.
“Abrimos a casa à ideia de hospitalidade, com a atenção voltada para os modos de viver em comum”, brinca César Guimarães, coordenador geral do festival. O câmpus da UFMG vai receber representantes de nações indígenas e comunidades afrodescendentes, grupos que trabalham com inclusão, coletivos voltados para a arte pública e movimentos de ocupações. Gratuita e aberta ao público, a programação se divide em debates (de manhã), oficinas (à tarde) e eventos culturais (à noite).
César Guimarães explica que o perfil do festival foi desenvolvido nas últimas edições do evento, que reforçaram o papel da UFMG como área de livre expressão, crítica e reflexão. Agora, essa proposta está dimensionada em escala metropolitana no momento em que o festival volta a BH, depois de 23 anos. “Estamos nos colocando abertamente para receber as questões da cidade e temas que interessam a todos, isso é algo novo”, observa o coordenador, contando que foi um desafio pensar o evento para uma “cidade gigantesca”.
Gesto democrático De acordo com ele, o festival da UFMG tradicionalmente prioriza discussões relativas à experimentação e à invenção do pensamento e da política. “Sempre oferecemos manifestações culturais não regidas pelo universo do mercado e do espetáculo”, afirma Guimarães. Para ele, é positiva a diversidade de perfis que os eventos do gênero apresentam. “Quanto mais festivais, melhor. Nessas ocasiões, abre-se o mundo da arte e da cultura para o cidadão, esse é um gesto democrático que pode ser praticado de várias maneiras”, observa.
A volta a Belo Horizonte conectou o festival com questões contemporâneas, admite. “Estávamos fechados demais em questões da universidade, sem atenção a temas importantes que surgiram no campo da arte e da sociedade”, argumenta César Guimarães. Avisa que não se trata de solucionar problemas, mas de um “gesto simples”: inserir a voz da UFMG no espaço público. “Cabe à universidade formar pesquisadores, técnicos e profissionais preocupados com os modos de viver em comunidade e com outra compreensão da vida das cidades”, conclui.
CONFIRA
EM BH
Hoje
» 20h – Roda de jongo e Liga Feminina de MCs (rap)
Estação Ecológica
Amanhã
» 15h – Sanfonada
Bosque da Música
» 20h – Show de
Siba e DJ Alexandre de Sena
Gramado da Reitoria
Domingo
» 14h – Resistência Cultural. Com Bandererê+PPK, Sarau Vira Lata, Dom Pepo, Electrophone, Absinto Muito, Sara Não tem Nome, Dokttor Bhu e Shabê, Mário Hot Apocalypse e Well& Fabrício FBC, IP 420, Abu e Comum, Kdu dos Anjos convida Oreia, DJ Leo (Família de Rua), DJ Anônimo, DJ Gutto Lover, Graffiti, Intervenções, Bicicletada, lançamento da revista Piseagrama.
46º Festival de Inverno da UFMG
Até dia 26. Câmpus da UFMG, Avenida Presidente Antônio Carlos, 6.627, Pampulha. Informações no site do Festival
Inverno cultural amplia espaço
“Dos pés à cabeça” é o tema adotado pela 27ª edição do Inverno Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei, que ampliou seu raio de ação. Este ano, ele será realizado nas cidades de Barroso, Tiradentes, Santa Cruz de Minas, Caetanópolis, São Tiago e Conselheiro Lafaiete, além dos câmpus da instituição em Divinópolis, Sete Lagoas e Ouro Branco. A programação reúne 14 Bis, José Miguel Wisnik Trio, Gilberto Gil, Otto, João Bosco, Arnaldo Antunes e Raimundos.
Amanhã, a banda 14 Bis abre o festival com show, às 21h, em Sete Lagoas. Domingo, será a vez de São João del-Rei. O repertório traz sucessos gravados no DVD ao vivo, um painel de canções de 35 anos de carreira. 'Planeta sonho', 'Todo azul do mar', 'Espanhola' e 'Linda juventude' estão entre elas. “Todas composições nossas”, orgulha-se o baixista Sérgio Magrão. “Há também músicas escritas para nós por Milton Nascimento e Fernando Brant: Canção da América, Bailes da vida e Bola de meia, bola de gude”, observa.
O 14 Bis é produto da soma de rock, MPB, barroco e música mineira contemporânea, define o baixista. “Tudo misturado. Esse resultado é algo que ninguém consegue definir”, acrescenta. “Temos história bonita construída com muita luta. Foi e continua sendo difícil trabalhar com música de qualidade no Brasil”, afirma Magrão, sem esconder o repúdio “ao mundo de baixarias que se estabeleceu a partir de 1990”.
CONFIRA
SETE LAGOAS
Amanhã
» 21h – 14 Bis
Domingo
» 20h – Teatro Mágico
Palco Zacarias, Praça da Feirinha
OURO BRANCO
Domingo
» 20h – José Miguel Wisnik Trio
Praça de Eventos
SÃO JOÃO DEL-REI
Domingo
» 21h – 14 Bis
Palco Inverno Cultural, Av. Leite de Castro
27º Inverno Cultural
Promoção: Universidade Federal de São João del-Rei. Até 2 de agosto. Informações no site do evento.