Dos dramas da escravidão aos horrores do regime militar, vários momentos da história brasileira perpassam esse primeiro trabalho de ficção de Míriam Leitão. Mas ela confessa que nada foi premeditado. “Sentei-me e decidi que iria escrever ficção. A partir daí a trama se impôs. Numa tarde, depois do lançamento de Saga brasileira, imaginei uma cena do livro e, como não estava fazendo nada, resolvi colocá-la no papel e as coisas foram acontecendo”, conta.
Míriam confessa paixão antiga pela literatura. “Aos 8 anos, o livro As aventuras do Barão de Münchausen me marcou muito. Até hoje uso algumas expressões da história. No início da adolescência, por volta dos 11 anos, entreguei-me aos clássicos. Machado de Assis eu li tão cedo que até recebi conselhos do meu pai para que esperasse um pouco.”
A jornalista recorda que aos 16 anos descobriu sua maior paixão literária, Guimarães Rosa, principalmente pelo romance Grande sertão: veredas. “Guimarães escreve colorido”, define. Para quem quer se dedicar à literatura, Míriam tem apenas um conselho: “Leia muito”. E, garante que os clássicos são indispensáveis. “Eles estruturam o pensamento e enriquecem o vocabulário. As palavras têm música”, conclui Míriam Leitão.
Tempos extremos
Lançamento do romance de Míriam Leitão, neste sábado, 7 de junho, às 15h, na Livraria Leitura do BH Shopping.