Denise Fraga divide a cena com Cláudia Mello em montagem extremamente simples e potente. Elas precisam apenas de um cobertor, um caixote e um banco para contar a história da amizade entre uma moradora de rua e a mulher solitária que visita a mesma praça todos os dias. A dramaturgia alterna humor e drama ao falar sobre o presente.
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INTIMISTA 'Chorinho' estreou em 2012 e tem a seu favor ser uma obra de fácil circulação. Já passou por cidades como Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Salvador, Extrema, Ilha Comprida, São Bernardo do Campo, Campinas, Jundiaí e Salto. Logo no início, fez apenas uma apresentação fechada em Belo Horizonte, também no Palácio das Artes.
Embora a montagem seja intimista, Denise Fraga conta que não tem sido problema apresentá-la para grandes plateias. “Fauzi consegue falar de coisas profundas de maneira leve. Por meio do humor, da simplicidade, há uma identificação cotidiana”, comenta. Denise é quem interpreta a mendiga, uma mulher espirituosa, apesar de sua condição.
“Uma das delícias do meu ofício é viver emprestado. Além de ser um personagem suculento, fala sobre aquilo que eu gostaria. Sinto-me uma privilegiada, com uma missão muito grande, em interpretar alguém que é porta-voz das ideias do Fauzi”, diz.
Chorinho
Espetáculo com Denise Fraga e Cláudia Mello. Sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Grande Teatro do Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Ingressos: plateia 1, R$ 70 (inteira) e R$ 35 meia; plateia 2, R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia); balcão, R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia).
PLANOS
A ideia de Denise Fraga é continuar durante um bom tempo fazendo 'Chorinho' pelo Brasil. Além disso, tem planejada para 2015 nova montagem de texto de Bertold Brecht, que prefere manter em segredo. “Sou uma grande fã dele”, diz. Na televisão, está confirmada na próxima temporada de '3 Terezas', seriado exibido pelo GNT. Ainda este ano vai rodar o longa 'Do lado de cá'. O drama urbano ambientado em São Paulo será dirigido pelo marido, Luiz Villaça, e terá também no elenco o ator Domingos Montagner.
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FAUZI ARAP
Ator e diretor, Fauzi Arap faleceu em dezembro de 2013. Ele começou como ator nos anos 1950, no Teatro Oficcina. Aos 29 anos, abandonou a carreira de ator para dedicar-se à direção. Lançou nomes como Plínio Marcos, Antônio Bivar e José Vicente. Ao dirigir Maria Bethânia no show Rosa dos ventos (1971), projetou a cantora nacionalmente. Chorinho foi o último trabalho do diretor e dramaturgo.