Marieta Severo volta a BH com 'Incêndios', peça que aborda impasses do ser humano diante da violência

Para a atriz, a guerra no Oriente Médio não está distante das tragédias brasileiras

por Ana Clara Brant 27/03/2014 06:00

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Leo Aversa/divulgação
(foto: Leo Aversa/divulgação)
Em setembro do ano passado, quando Incêndios estreou no Rio de Janeiro, a previsão era ficar dois meses em cartaz. Porém, o sucesso foi tão arrebatador que a temporada acabou prorrogada por mais um mês. Agora, chegou a vez de os mineiros conferirem a peça estrelada por Marieta Severo, que será apresentada até sábado, no Sesc Palladium.

O texto do premiado dramaturgo líbano-canadense Wajdi Mouawad, traduzido por Angela Leite Lopes, conta a saga da árabe Nawal: exilada no Ocidente em decorrência de décadas de guerra civil, ao morrer ela deixa para os filhos a missão de encontrar o pai e o outro irmão no Oriente.

Apesar de a trama ocorrer longe do Brasil, Marieta diz que ela aborda questões próximas de todos. “Incêndios tem uma carga de poesia e de drama, revela maneiras de permanecer humano num contexto desumano, além de trazer questões pertinentes. Aqui, também vivemos uma guerra civil, irmão mata irmão. O público fica atento o tempo todo. O final é surpreendente e impactante”, assegura a atriz.

O elenco conta com Felipe de Carolis, Keli Freitas, Márcio Vito, Kelzy Ecard, Fabianna de Mello e Souza, Isaac Bernat e Julio Machado. “Coeso, o grupo funciona tão bem que parece uma companhia que está junta há anos”, observa. Todos são conduzidos com maestria por Aderbal Freire-Filho. Para Marieta, a peça exige um diretor maduro, criativo e com fé no teatro comparável à de Mouawad. “Aderbal conseguiu colocar tudo em cena de forma clara, envolvente e com o sentido épico que o texto pede”, elogia. Mulher do diretor, a atriz garante: não há nenhum problema em misturar vida profissional e afetiva. “Dá supercerto, é bem produtivo. Ele também é curador do Teatro Poeira (casa de espetáculos fundada por Marieta e Andrea Beltrão no Rio de Janeiro). Mesclar vida e ficção enriquece”, acredita.

Nenê
Há tempos a atriz não encenava um drama no palco. Sua última peça, As centenárias, é comédia, assim como seu papel na TV há 13 anos: a dona Nenê de A grande família (Globo), cuja última temporada começa em abril. Vai ser complicado se desfazer de uma personagem tão querida, mas Marieta diz que o processo é natural. O importante é o elenco e o público sentirem “uma saudade boa”, afirma.

“Vou passar um ano me despedindo da Nenê. É um misto de tristeza e alegria, mas a gente vai sair do que jeito que sempre quis. O programa ainda está vivo, criativo, com as pessoas querendo nos assistir. É muito estranho pensar que não estarei mais casada com o Lineu. É como se fosse uma segunda natureza, mas isso faz parte”, conclui.

INCÊNDIOS
Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100. Nesta quinta e sexta, às 21h; sábado, às 20h. Inteira: R$ 75 (plateia 1), R$ 65 (plateia 2) e R$ 50 (plateia 3). Meia-entrada para maiores de 60 anos e estudantes devidamente identificados. Informações: www.teatroemmovimento.art.br.

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