Novos espaços culturais de BH ampliam a programação de artes cênicas na cidade

Casas colocam o município entre os mais atrativos para a circulação de espetáculos de outros estados

por Carolina Braga 10/03/2014 06:00

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Élcio Paraíso/Divulgação
A produtora Tatyana Rubim, à frente do festival Teatro em Movimento, observa crescimento de interesse do público (foto: Élcio Paraíso/Divulgação)
A quantidade de novas salas de espetáculo inauguradas em Belo Horizonte no ano passado tem tudo para fazer de 2014 um ano bem intenso para o teatro. Principalmente no que diz respeito a produções de fora que entram em cartaz na cidade. Serão pelo menos 15 diferentes atrações de companhias de outros estados e países, apenas no bimestre março/abril. Haverá suspense, comédia romântica, musical, humor, espetáculos já consagrados pela crítica e outros ainda por serem descobertos.


“Adorei a abertura desses espaços, porque Belo Horizonte vive um crescimento não apenas populacional. Espero que haja espaço na agenda de todos para o consumo de produtos culturais”, diz Tatyana Rubim, proprietária da Rubim Produções. Há 13 anos, ela teve a ideia de criar o Teatro em Movimento, festival de artes cênicas que não é concentrado em período específico, mas diluído ao longo do ano.

É nítido o quanto o hábito de ir ao teatro mudou na capital. “Em geral, tem desenvolvimento tanto do público quanto da programação, que é cada vez mais intensa. Acho que as pessoas estão se apropriando mais dos centros culturais”, comenta Milena Pedrosa, gerente do Sesc Palladium. “O primeiro semestre de 2013 foi muito bacana, com mais de 80% de lotação. Sofremos com a Copa das Confederações, e os protestos também impactaram o setor. Em setembro, as pessoas ficaram mais animadas para sair e a gente recuperou a presença de público”, analisa Tatyana.

Sócio da Box Entretenimento, Eduardo Sabbagh também trabalha com boa expectativa para 2014. “Estamos com bastante peças de fora. A demanda para Belo Horizonte é grande. Há formação de público aqui”, comenta. A empresa, criada em 2009, já tem 60% do tempo dedicado à produção de teatro. Tatyana Rubim lembra que quando o Teatro em Movimento começou, o trabalho era mais de prospecção de montagens para se apresentar na cidade. O quadro virou. “Hoje, já tenho mais coisa no meu computador para tentar fazer do que aquelas que já consegui fechar”, conta.

No caso do Teatro em Movimento, o trabalho de curadoria começa com antecedência de cerca de oito meses. “Viajo muito e troco ideias com produtores que são parceiros. Já sei o que está sendo gestado, os projetos que estão à espera de captação, que ficha técnica vai ter, o conceito da montagem. Tenho condição mais confortável do que antigamente. Isso vem com a maturidade do projeto”, diz. De acordo com a produtora, atualmente, Belo Horizonte está entre as três praças mais importantes do país para a circulação teatral.

DESAFIOS Assim como no segundo semestre do ano passado, para 2014 também fica a incógnita sobre como será o comportamento do público em período pós-Copa do Mundo. Pensando nisso, tanto a Rubim como outras produtoras da cidade intensificaram a agenda nos meses de março e abril. No próximo fim de semana, por exemplo, enquanto Marisa Orth e Miguel Falabella apresentam 'O que o mordomo viu', no Sesc Palladium, a competente companhia francesa Dos à Deux traz 'Irmãos de sangue' ao palco do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

No fim do mês, o desafio do público será escolher entre a elogiada montagem 'Incêndios', com Marieta Severo, ou a comédia 'Poderoso castiga', com Eduardo Sterblitch, o Freddy Mercury prateado do Pânico. Além dos espetáculos de fora, ainda tem a sempre instigante cena local, com montagens baseadas em pesquisas cênicas e com resultados muitas vezes surpreendentes.

Panorama

A programação teatral no segundo semestre terá o reforço do Palco Giratório. Este ano, o festival itinerante promovido pelo Sesc terá 14 espetáculos de todas as regiões do Brasil. Outra novidade que vem sendo preparada pela instituição em parceria com produtores locais é a apresentação do monólogo Viver sem tempos mortos, com Fernanda Montenegro.

FIT em maio


A edição que comemora os 20 anos do Festival Internacional Palco & Rua de Belo Horizonte, o FIT-BH, o maior evento de artes cênicas do estado, será realizada de 10 a 25 de maio. A antecipação (geralmente é realizado em junho) se deve à Copa do Mundo. Com dezenas de espetáculos locais, nacionais e internacionais – a grade ainda não está fechada –, o 12º FIT tem como novidade a programação para crianças, o Fitinho, e o projeto de internacionalização da cidade no contexto das artes cênicas. O conceito vai girar em torno da ideia de coexistência.

Vem aí

Destaques da agenda teatral de BH no bimestre

Março
14/3 a 6/4 – Irmãos de sangue, com Companhia Dos à Deux, CCBB
14 a 16 – Lampião e Lancelote, com Cássio Scapin, Teatro Bradesco
14 a 16 – O que o mordomo viu, com Marisa Orth e Miguel Falabella, Sesc Palladium
14 a 16 – Plural e Gato negro, com Cia de Teatro Nu Escuro (GO), Galpão Cine Horto e Praça Duque de Caxias
15 e 16 – Emilinha e Marlene – As rainhas do rádio, Palácio das Artes
22 e 23 – Enfim, nós, com Maria Clara Gueiros e Ricardo Tozzi, Teatro Sesiminas
21 a 23 – Bem-vindo, estranho, com Regina Duarte, Cine Theatro Brasil
22 e 23 – Misticismo, com o grupo Os Melhores do Mundo, Palácio das Artes
27 a 29 – Incêndios, com Marieta Severo, Sesc Palladium
29 – Poderoso castiga, com Eduardo Sterblitch, Cine Theatro Brasil

Abril
4 a 6 – Improvável, com Cia Barbixas de Humor, Sesiminas
5 e 6 – Chorinho, com Denise Fraga e Cláudia Mello, Palácio das Artes
11 a 13 – Nem mesmo todo oceano, com Cia. OmondÉ, CCBB
11 a 13 – Azul Resplendor, com Eva Wilma, Teatro Bradesco
11 a 4/5 – Contrações, com Débora Falabella e Yara de Novaes, CCBB

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