A São Paulo Companhia de Dança não dá ponto sem nó. Por mais que as apresentações sejam o cartão de visita do grupo dirigido por Inês Bogéa, suas ações nunca se limitam ao palco. Sobretudo em uma temporada como a que os bailarinos vêm fazer em Belo Horizonte a partir desta quarta-feira.

Convidada do projeto Mix dança, promovido pelo Sesc, a companhia mostra três coreografias, um documentário da série 'Figuras da dança' e oficinas, além de fazer apresentação didática para estudantes. No Memorial da Imigração Japonesa, no Parque Ecológico da Pampulha, foi gravado episódio de 'Figuras...' com Paulo Pederneiras, do Grupo Corpo.

“Esse tempo de encontros é muito gostoso para dialogar, saber um pouco mais do que cada um está fazendo”, resume Inês Bogéa. Desde 2007, quando assumiu o comando do grupo, a ex-bailarina do Grupo Corpo procura associar ações diferentes. A versatilidade é o que importa. Em cada cidade por onde passa, ela faz questão de dialogar com a cena local.

Na temporada mineira, os paulistas dividirão o palco com a novíssima Sesc Cia. de Dança, corpo artístico do Sesc Palladium formado em 2012. Ao surgir, o grupo belo-horizontino seguia, de certa forma, os preceitos do paulistano com peças contemporâneas e clássicas no repertório. Desta vez, o lado mais moderno estará em destaque.

Filme

Nesta quarta-feira, o projeto será aberto com a exibição do filme sobre a bailarina mineira Marilene Martins, pioneira da dança moderna em BH. A partir de sexta-feira, espetáculos ganham destaque na programação. Sexta-feira, a sessão noturna é aberta ao público; às 14h30, haverá apresentação didática com peças das duas companhias. Depois de os bailarinos dançarem, Inês Bogéa dará uma espécie de aula sobre o trabalho.

Primeira criação da Sesc Cia. de Dança, São como palavras, de Henrique Rodovalho, abrirá a rodada de espetáculos de sexta-feira. “Ele se apropriou da movimentação dos bailarinos e buscou uma identidade. É como palavras, como se cada um ajudasse a escrever textos coreográficos”, explica Maria Elisa Medeiros, gerente do grupo mineiro. A peça vai abrir alas para três trabalhos dos paulistanos: 'Mamihlapinatapai' (2012), 'In the middle, somewhat elevated' (1987) e 'Petite mort' (1991). A primeira foi criada pelo convidado Jomar Mesquita, da mineira Mimulus Cia. de Dança, que participou do Ateliê de coreógrafos, realizado anualmente em São Paulo.

“Brasileira, essa coreografia fala da relação a dois na dança. O Jomar tem essa sensibilidade fina”, elogia Inês Bogéa. In the middle, somewhat elevated e Petite mort são remontagens de trabalhos de criadores estrangeiros como William Forsythe e Jirí Kylián. Enquanto o primeiro propõe novas percepções para o espaço da dança, o outro apresenta diferentes dinâmicas e pulsões dos encontros entre homens e mulheres.

 

Mudanças no Palácio

A bailarina e coreógrafa Cristina Machado é a nova diretora da Cia. de Dança Palácio das Artes. Ela assume o lugar de Sônia Mota. Com formação pela Escola Transforma, Cristina atuou nos grupos Camaleão e 1º Ato. De 1999 a 2010, ela foi diretora artística da Cia. de Dança Palácio das Artes, quando estabeleceu a pesquisa de campo para a elaboração de obras coreográficas.

 

MIX DANÇA

 

Quarta-feira
19h30 – Exibição do documentário Figuras da dança – Marilene Martins e bate-papo com Inês Bogéa. Vagas limitadas

Sexta-feira
21h – Apresentação da Cia. Sesc de Dança e da São Paulo Companhia de Dança. Grande Teatro do Sesc Palladium.
R$ 12 (inteira)

Sábado
10h – Oficina de balé clássico
com Ilara Lopes. Vagas limitadas
11h30 – Oficina de dança contemporânea com Daphne Chequer. Vagas limitadas
21h – Apresentação da Cia. Sesc de
Dança e da São Paulo Companhia de Dança. Grande Teatro do Sesc Palladium
R$ 12 (inteira)

Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Informações e inscrições: www.sescmg.com.br