Bailarina norte-americana Katie Duck ministra workshop em Brumadinho

Apesar da experiência em técnicas e teatro comercial e dança moderna, artista se dedica à improvisação

por Carolina Braga 15/01/2014 07:00

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Jair Amaral/EM/D.A Press
Katie Duck desenvolve pesquisas na Holanda, onde mora, e já trabalhou com o italiano Dario Fo (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Foi em um tempo não muito distante em que improvisação em dança não tinha exatamente esse nome que a bailarina e coreógrafa mineira Dudude Herrmann conheceu a norte-americana radicada na Holanda Katie Duck. “A improvisação era uma linguagem que eu trabalhava, mas não tinha coragem de falar. Quando ela veio no Festival de Inverno de Ouro Preto, em 1996, acho que isso provocou uma ampliação de entendimento para várias pessoas que estavam ali”, comenta Dudude.

Quase 18 anos depois do primeiro encontro, Katie Duck está de volta para uma experiência ainda mais estreita com a coreógrafa brasileira. Até sexta-feira, ela ministra workshop no ateliê mantido no Casa Branca, distrito de Brumadinho. Para a americana com alma punk, o encontro com os brasileiros é mais uma oportunidade de trocar experiências e alertar sobre a importância da percepção do corpo que dança.


“Estimular a percepção é a coisa mais importante do workshop. Preciso de pessoas acordadas”, diz Katie. Depois de experimentar o teatro comercial americano e a dança moderna, em 1976 Duck mudou-se para a Holanda. Na Europa, associou-se a figuras como o dramaturgo italiano Dario Fo e deu continuidade à carreira, sempre pautada pela busca do novo.
Atualmente, a pesquisa de Katie Duck em improvisação está intimamente ligada à música, ao uso da internet e ao estudo das neurociências. “A internet nos mostra que tudo é ao vivo”, comenta a bailarina. Sendo assim, característica que também é fundamental na rede, a interatividade, ganha protagonismo nas criações que Duck leva para o palco. “O tempo e o espaço são percebidos de forma diferente na internet, porque, basicamente, é uma forma de comunicação”, acredita.


 “É como se você entregasse um controle remoto para cada um do público. Assim, você permite que eles também mudem você. A estrutura que você trabalha pode até ser aberta, mas pode mudar, tomar outras decisões de acordo com o desejo da plateia”, diz. Em 2002, em parceria com outros artistas de Amsterdã, Katie publica vídeos caseiros no YouTube. O objetivo é sempre provocar novos criadores a construir presença na rede como parte do processo criativo.


Outra vertente muito forte na pesquisa de Katie é associação da improvisação e da música. Ao longo da carreira, trabalhou com músicos que comungavam da paixão pela performance em tempo real. Em 2002, criou em parceria com o instrumentista Alfredo Genovesi o projeto Magpie, voltado para a reflexão desta vertente artística. Atualmente, Katie mantém um curso de verão em improvisação, com frequência anual, em Amsterdã.

 

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O próximo encontro prático previsto para o ateliê de Dudude Herrmann é com a paulistana Cristiane Paoli Quito. A pesquisa dela gira em torno da arte do palhaço, mas principalmente as interseções entre as linguagens de teatro, dança, circo, teatro de bonecos e música. O workshop está previsto para março. “Meu desejo é compartilhamento, troca, colaboração”, diz Dudude sobre a proposta do espaço, mantido no Casa Branca.
 

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