Minas perde Max Portes

Escritor morreu na noite de domingo, em Caratinga, em decorrência de um câncer de pulmão

por Carlos Herculano Lopes 08/01/2014 06:00

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Alberto Escalda/EM/D.A Press - 20/9/84
(foto: Alberto Escalda/EM/D.A Press - 20/9/84)
Um dos escritores mais premiados da sua geração, o jornalista, editor e designer gráfico Max Figueiredo Portes, de 69 anos, morreu na noite de domingo, em Caratinga, depois de ter lutado durante meses contra um câncer de pulmão.

Artista de múltiplos talentos, Max Portes chegou a viver durante dois anos em Paris, onde cursou artes gráficas. Na volta ao Brasil, passou a morar em Belo Horizonte, onde trabalhou como diagramador do 'Suplemento Literário de Minas Gerais' e da 'Revista Ars Média', editada pelo Palácio das Artes.

Na capital mineira, Max fundou e foi editor do selo Cuatiara, pelo qual lançou dezenas de livros. Há seis anos ele voltou a morar em Caratinga, onde foi secretário municipal de Cultura e trabalhou como assessor técnico de Cultura e Patrimônio da prefeitura.

Bienal Nestlé


Autor de dezenas de livros, de gêneros variados, Max ficou conhecido pelo romance 'Maruim', com o qual venceu a Bienal Nestlé de Literatura em 1986. Naquele mesmo ano, com 'Guiri', recebeu outro prêmio importante: o Guimarães Rosa, concedido pelo governo de Minas Gerais.

Max Portes ganhou também os prêmios Cecília Meireles, da Academia Brasileira de Letras, e Ferreira Gullar de Poesia. O amor a Caratinga, de onde guardava as melhores lembranças, foi declarado no livro 'Memórias da casa de dentro', em que narrava passagens de sua vida em afinada prosa poética.

De acordo com Glória Borges, sua companheira, Max escreveu até pouco antes de morrer. Ele deixou vários livros inéditos, além de oito contratos assinados com editoras para títulos infantojuvenis. Dois de seus últimos lançamentos nesse gênero, 'Que febre de mosquito' (sobre a dengue) e 'Gato, castelo, elefante?', foram adquiridos pelo Programa Nacional do Livro Didático do Ministério da Educação.

De acordo com o crítico Caio Junqueira Maciel, Max Portes buscou dar o máximo de qualidade à literatura de Minas. “O tempo foi a grande matéria dos seus livros”, ressaltou o estudioso da obra do autor de Caratinga.

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