Fotógrafos selecionam momentos marcantes das respectivas trajetórias

por Carolina Braga 05/01/2014 06:00

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A pedido do Estado de Minas, fotógrafos escolheram algumas imagens mais marcantes das respectivas trajetórias. Seja pelo significado histórico do trabalho, o esforço pessoal na hora de captar a imagem, o significado dela para a carreira, a dificuldade técnica ou o melhor posicionamento, Guto Muniz, André Fossati, Bob Sousa, Daniel Sorrentino e Paulo Lacerda têm histórias para contar.

Guto Muniz/divulgação
(foto: Guto Muniz/divulgação)

GUTO MUNIZ
Romeu e Julieta
“Esta foi a foto do programa original de Romeu e Julieta. Escolhi-a pelo apelo emocional que a imagem tem e por seu caráter histórico. Foi um momento marcante do teatro mineiro. O Gabriel Villela (diretor do espetáculo) disse que precisava fazer uma foto de todos os atores na Veraneio e queria um horizonte bem limpo. Sugeri que fôssemos para as Seis Pistas, região de BH que, na época, era cheia de lotes vagos. Fomos num sábado à tarde, entramos em um daqueles lotes. Os meninos começaram a se aprontar, enquanto eu montava a câmera. Quando olhei para trás, tinha um monte de carros parados, olhando. Foi lindo.”

Bob Souza
(foto: Bob Souza)

BOB SOUSA
Grupo Oficina
“Durante muito tempo, fotografei os espetáculos do Oficina. Certa vez, fui impedido de trabalhar por não pertencer a nenhum veículo de imprensa. Um problema ocorrido dias antes com outro fotógrafo gerou esse impedimento. Aquela situação abalou as minhas convicções na fotografia de teatro. Muitos anos depois, já tendo registrado outros espetáculos do grupo, recebo um convite do próprio Zé Celso para participar do Dia da Anistia – apresentação especial de peça que comemorava a anistia recebida por ele. Naquele dia, pude entrar no teatro antes de todo mundo e cobrir todos os bastidores, justamente por não ser da imprensa. A produtora, na porta, orientou: ‘Ele pode entrar. Este é o Bob do Teatro’.”

André Fossati/divulgação
(foto: André Fossati/divulgação )

ANDRÉ FOSSATI
Circo Zani
“O Festival Mundial de Circo promoveu uma edição itinerante; em cada cidade, insistia para que me pendurassem no topo da tenda. Somente na última parada, em Belo Horizonte, eles toparam. As fotos ficaram fantásticas, porque é um ponto de onde ninguém espera ver. Uma perspectiva totalmente diferente. Fiquei mais de quatro horas pendurado e fotografei todo o espetáculo do Circo Zani.”

Daniel Sorrentino/divulgação
(foto: Daniel Sorrentino/divulgação)

DANIEL SORRENTINO
Sin sangre
“Foi a peça Sin sangre, uma das mais importantes que fiz, pela dificuldade técnica. Unindo teatro com cinema, a peça conta emocionante história humana sobre a reconstrução da memória e o perdão. A vingança se encaminha para o amor e a guerra pede paz. Três pistoleiros cercam a casa de Manuel Roca, que esconde a filha pequena embaixo das tábuas do piso. A angulação da peça exige que você fique no meio. Realmente, foi um desafio técnico.”

Paulo Lacerda/divulgação
(foto: Paulo Lacerda/divulgação)

PAULO LACERDA
 Sonho de uma noite de verão
“A foto mais bonita que já fiz é aquela do clique certo, no momento certo. Tudo conspirou a meu favor. Tentei repetir várias vezes, mas não consegui. Foi em Sonho de uma noite de verão, com direção do Gabriel Villela: a bailarina entra, vai até o recipiente com água e depois sopra essa água no público. Fiz o momento máximo, em que ela estava com os braços para trás. Sabia que teria este momento, mas a diferença foi a questão do ângulo. O que diferencia um fotógrafo do outro é o posicionamento. Muitas vezes, ele acerta na luz, no tempo. O que varia é o ângulo que capta a imagem.”

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