BH perde pioneira da dança, Ana Lúcia de Carvalho

por Ailton Magioli 13/07/2013 00:13

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Arquivo EM
(foto: Arquivo EM)
Foi enterrado quinta-feira à tarde, no Cemitério da Colina, em Belo Horizonte, o corpo de Ana Lúcia de Carvalho, de 68 anos. Fundadora proprietária do extinto Ballet Ana Lúcia, a bailarina e professora foi nome de ponta da dança em Minas, ao lado de pioneiros como Carlos Leite e Klauss Vianna, com os quais lutou pela profissionalização do setor em Belo Horizonte.

Em 1964, ela passou a integrar o Corpo de Baile do Ballet Minas Gerais, dirigido por Carlos Leite, iniciando no mesmo período curso patrocinado pelo MEC, por meio do qual teve aulas de dança clássica, dança moderna, interpretação, folclore e história da música. Em Belo Horizonte, Ana Lúcia frequentou aulas de rítmica, história da arte e balé clássico e dança caráter.

Já em 1968, a então bailarina recebeu de Tatiana Leskova declaração que a tornava apta ao ensino da dança, reconhecendo a escola de Ana Lúcia como detentora da mesma orientação metodológica de sua academia de balé, no Rio. Na década de 1970, ela manteve contato com Dalal Achcar, diretora da Associação de Balé do Rio de Janeiro, ao lado de Márcia Kubitschek, com a qual teve a primeira experiência como bailarina de uma companhia profissional.

Com Dalal Achcar, dançou Floresta Amazônica (como ninfa), Grand Finale (como solista) e Nosso Tempo (ao lado de Alain Leory), além de participar de várias turnês com o grupo carioca. A experiência com Dalal Achcar levou Ana Lúcia a descobrir seu maior desejo, a docência, na qual foi muito bem-sucedida e materializada com a criação da própria escola: o Ballet Ana Lúcia, em BH, responsável pela formação de inúmeros bailarinos que hoje estão atuando no Brasil e no exterior. A escola, que mantinha sede no Bairro Cruzeiro, parou de funcionar há cerca de cinco anos.

Contemporânea
“Foi uma perda grande para a dança mineira”, garante a também bailarina e professora Dulce Beltrão, de 64 anos. Contemporânea de Ana Lúcia, a professora lembra que Ana iniciou-se com a precursora do setor na capital, Natália Lessa, tendo estudado com ela posteriormente. “Tivemos convivência muito saudável”, recorda da então aluna. Atualmente dando aulas na PUC Minas e no Centro Artístico Musical de Atividades (Cama), do diretor Fernando Bustamante, Dulce Beltrão lembra que Ana Lúcia de Carvalho deixou imenso legado para a dança do estado, tendo contribuído para a formação de inúmeros profissionais do setor.

Segundo Eurico Justino, diretor da área de dança do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão (Sated-MG) de Minas Gerais, praticamente todos os profissionais de dança que estão em atividade em Belo Horizonte estudaram com Ana Lúcia. “Ela também foi pioneira na montagem dos balés de repertório na cidade”, destaca Eurico, lembrando que Ana Lúcia ajudou a incrementar a cena da dança na capital, trazendo profissionais de várias partes do mundo e do país para aqui dançar ou dar aulas.

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