“Precisamos de finais felizes, de conclusões que já me incomodaram em outros tempos, mas que são o resgate da credibilidade e nos ajudam a enfrentar as adversidades”, defende Ione de Medeiros, lembrando que o cotidiano não é simples para ninguém. “Somos vilões e heróis de nós mesmos. Os contos de fadas mostram isso de forma simples, sem abolir o dualismo próprio do ser humano”, acrescenta.
O espetáculo abriu mão de personagens e da linguagem realista. Ocasionalmente, surgem tipos e situações. O enredo é evocado por imagens criadas pelos atores ao manipular elementos cênicos. “A encenação aberta e sincrética se vale de símbolos de várias épocas. Está próxima da arte abstrata”, conta Ione, lembrando que esse caminho é próprio do Multimédia.
“'Aldebaran' deixa clara a nossa proposta de não hierarquizar os vários aspectos da cena”, afirma a diretora. O novo espetáculo comemora os 35 anos do Grupo Oficcina Multimédia e os 50 da Fundação de Educação Artística (FEA).