A peça, que já foi apresentada 400 vezes, mostra um jovem guerreiro transformado em pássaro e enviado ao céu roubar as chamas do palácio do sol. Quando retorna da aventura, vitorioso, ainda em meio às festas e celebrações pelo seu feito, percebe que algo trágico lhe ocorrera. O tição de fogo que trouxera no bico provocou forte reação, calcificando a face dele. Quando se viu no espelho, seu rosto havia se transformado numa máscara disforme, capaz de aterrorizar qualquer pessoa. A última esperança dele foi pedir ajuda ao pajé. Compadecido, o feiticeiro conseguiu reverter o encantamento, transformando-o no lindo pássaro japuaçu.
A lenda faz parte do rico repertório do folclore brasileiro.
“É um conto recontado pela escritora Miriam Fraga, em que o mais interessante é o valor comunitário. A ideia de alguém que se sacrifica pelo bem comum. É muito poético e chega ao público de um modo bonito”, explica Olga Gomez, argentina que há 27 anos escolheu Salvador para morar. Segundo ela, a lenda permite múltiplas interpretações e, depois que o grupo mergulhou nas nuances, resolveu explorar não só os bonecos, como também o teatro de sombras. “É um projeto longamente desejado e já estamos apresentando há três anos devido o bom acolhimento do público.”
O pássaro do sol
Espetáculo de teatro de bonecos da companhia baiana A Roda. Sábado e domingo, às 17h. Galpão 3 da Funarte, Rua Januária, 68, Floresta. Ingressos: R$ 5 (inteira). Duração: 50 minutos. Classificação: livre.