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Além de Lourenço, Eid Ribeiro, Patrícia Manata e Tuca Pinheiro criaram a montagem. A Cia. Suspensa trabalha com o deslocamento do corpo a partir de seu acoplamento a mecanismos e objetos, propondo diferentes olhares sobre as relações que ele pode estabelecer. O trabalho aborda o limite – como obstáculo e potência – e suas tensões. O cenário tem uma parede negra de ferro e madeira de 4m 2m. O plano corta o espaço onde estão duas pessoas, amarradas ao teto. Acordos, desacordos e individualidades vão surgindo no decorrer da montagem.
RELAÇÕES HUMANAS
A pré-estreia de 'Órbita', inicialmente batizado de Quadro negro, ocorreu no Festival Internacional de Dança (FID), em BH, no ano passado. Patrícia Manata conta que se trata de um dos espetáculos mais intensos da Cia. Suspensa. “Em um dos ensaios, cheguei até a me machucar, porque há movimentos mais violentos. A montagem exige muito da gente fisicamente. 'Órbita' tem a ver com o corpo celeste: preso em algum ponto, ele não consegue sair daquele movimento regular. Isso está relacionado às relações humanas, pois não saímos muito do previsto”, analisa Patrícia.
Lourenço Martins explica que 'Órbita' tem grande dose de improvisação e instabilidade. O novo nome, aliás, combinou melhor com a proposta dos artistas. “A condição de esses corpos estarem limitados, por ficarem amarrados, é uma dificuldade. O espetáculo fala desse sistema de forças que rege as relações: atração e repulsão, ficar preso a um suposto centro. Há uma série de coisas envolvidas”, conclui.
'ÓRBITA'
Com Cia. Suspensa. Terça e quarta-feira, 29 e 30 de janeiro, às 21h. Teatro Marília (Avenida Alfredo Balena, 586, Centro). Ingressos: R$ 14 (inteira) e R$ 7 (meia-entrada). Informações: (31) 3277-6319.