Peças do vestuário feminino e cartões-postais inspiram duas exposições que remetem a delicadezas do passado

Camisolas e combinações compõem a instalação [im]penetráveis #1

por Walter Sebastião 04/12/2012 09:51

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Mazzilli/divulgação
(foto: Mazzilli/divulgação)
 

Duas exposições que remetem ao passado estão em cartaz na Biblioteca Pública Luiz de Bessa: a instalação [im]penetráveis #1, de Domingos Mazzilli, na Passarela Cultural, e Belo Horizonte em postais, no hall do Setor de Coleções Especiais, na sede da Praça da Liberdade. Setenta camisolas e combinações dos anos 1940 a 1960 foram reunidas em [im]penetráveis #1 e exibidas ao som de radionovelas. Feitas à mão, as lingeries em seda, cetim e musseline ganharam aplicações de renda racine e bordados. A mostra de postais também traz tom nostálgico: cerca de 40 imagens coloridas e em preto e branco exibem vistas da capital mineira ou registros de eventos realizados em BH entre os anos 1920 e 1990. Mazzilli se propõe a oferecer uma viagem ao universo feminino por meio da beleza das peças íntimas, além de estimular a reflexão sobre a condição das mulheres. “Busco o mistério, o inapreensível que há nelas, inclusive do ponto de vista psicanalítico”, afirma o artista. Tudo começou com uma camisola descoberta no armário da mãe de Mazzilli. Posteriormente, ele montou coleção com 400 peças, obtidas principalmente em brechós. “Por mais que as mulheres estejam emancipadas, a indústria da lingerie continua vendendo muito”, ironiza o artista. Construídas com objetos antigos, as duas exposições remetem à patina do tempo e à evocação de lembranças. “Mas atualizo as questões. Estou falando do presente”, pondera Mazzilli. Eliani Gladyr da Silva, coordenadora do setor de Coleções Especiais da Biblioteca Luiz de Bessa, diz que os postais reunidos na mostra expõem as mudanças que BH experimentou. “A transformação arquitetônica desconfigurou a capital, se consideramos o projeto original. Os postais mostram essa evolução, ou involução. Apenas neles ainda temos imagens de antigos prédios já demolidos”, afirma Eliani. Rarefeita nestes tempos de internet, a cultura do cartão-postal remete à época em que comprá-lo era um prazer. Tinha-se o costume de enviá-los a parentes e amigos de outras cidades. Vêm daí o tom de afeto, o registro de um bom momento e também a reverência à história de BH. BELO HORIZONTE EM POSTAIS Setor de Coleções Especiais da Biblioteca Pública Luiz de Bessa. Praça da Liberdade, 21, 2º andar, Funcionários. De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Até dia 31. [IM]PENETRÁVEIS #1 Obras de Domingos Mazzilli. Passarela Cultural da Biblioteca Pública. Rua da Bahia, 1.889, 2º andar, Funcionários. De segunda a sexta-feira, das 8h às 20h; sábado, das 8h às 12h. Até dia 22.



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