Escola de Música da UFMG apresenta montagem da ópera Apollo et Hyacinthus

Peça de Mozart vai envolver a Orquestra Sinfônica e o Coro de Câmera, além de outros cursos

por Sérgio Rodrigo Reis 03/12/2012 09:54

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Marta Mourão/Divulgação
Alunos da Escola de Música têm a chance de mostrar o que aprenderam no palco em Apollo et Hyacinthus (foto: Marta Mourão/Divulgação)
 

Minas perdeu, ao longo dos últimos anos, variadas possibilidades de formação de talentos locais para atuar na realização de óperas em funções-chave como solistas, cantores líricos, diretores cênicos e cenógrafos. A maioria das produções atuais em Belo Horizonte tem optado por nomes consagrados, interrompendo vocação histórica do estado de ser grande formador de talentos. A situação começa a mudar com a iniciativa da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que oferece o conhecimento e ainda monta novos espetáculos. Nesta segunda-feira, às 20h30, no Grande Teatro do Sesc Palladium, com a estreia da ópera Apollo et Hyacinthus, de Mozart, o resultado do projeto chega ao público. A iniciativa nasceu com a disciplina optativa ópera studio, criada este ano na Escola de Música da UFMG. Oferecida a alunos de canto, regência e piano (que podem atuar como pianistas correpetidores), ela consegue agregar outras áreas do conhecimento da instituição, com participações da Orquestra Sinfônica e do Coro de Câmara da escola. Como se trata de um dos mais completos gêneros artísticos por envolver áreas como a música, teatro, artes visuais, design de moda, cenografia, iluminação, sonorização, artes digitais, a ópera conseguiu unir também alunos da Escola de Belas Artes (EBA), em parceria inédita. Com direção musical e regência de Charles Roussin, professor e coordenador da disciplina, e direção cênica de Henrique Passini, Apollo et Hyacinthus terá a temática atualizada. Ambientada originalmente no mundo grego, em situações traduzindo questões como as relações de poder, cobiça, ódio, arrependimento e amor, na nova versão se passa na família de uma máfia imaginária, da década de 1940. Os solistas são alunos. Apollo (Samuel Ferreira), Hyacinthus (Yangmei Hon), Melia (Nívea Raf), Oebalus (Wagner Moreira) e Zephyrus (Talita Cotta). “A grande importância da iniciativa é que dá oportunidade aos jovens de realizar um dos mais completos espetáculos que existem: a ópera. Eles conseguem subir ao palco para vivenciar as dificuldades desse tipo de produção. Isso deveria ser feito mais vezes”, salienta Passini. Sobre a afirmação de que ópera é um gênero para iniciados, ele pensa o oposto. “É universal e tem potencial para cativar todo mundo. Basta perceber que qualquer montagem semelhante por aqui sempre consegue lotação.” A obra Escrita por Mozart em 1767, Apollo et Hyacinthus foi encomendada pela Universidade Beneditina de Salzburgo, cidade natal do compositor, quando ele tinha 11 anos. Mesmo com a pouca idade, já manifestava a genialidade que caracterizaria, mais adiante, sua produção musical. Duzentos e cinquenta anos depois do seu tempo, Mozart deixou legado que ainda surpreende pelo refinamento da escrita vocal e harmônica, e pela indescritível pureza e inocência de expressão. A estreia da obra ocorreu em 13 de maio de 1767. O tema remonta à Antiguidade Clássica, ao mito de Apollo e Hyacinthus. Por louvar e admirar o deus Apollo, Hyacinthus se torna alvo da inveja e da ira de Zephyrus e é morto. Apollo, desconsolado, castiga o assassino, transformando-o em vento, e faz com que o corpo do amigo morto se torne a flor que leva seu nome. APOLLO ET HYACINTHUS Ópera de Mozart produzida pela Escola de Música da UFMG. Regência de Charles Roussin. Direção de Henrique Passini. Única apresentação nesta segunda-feira, às 20h30, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420, Centro). Entrada franca.



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