Gambiarra tem ciência

por Walter Sebastião 01/12/2012 07:00

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Alessandra Nohvais/Divulgação
Os editores da Facta Fred Paulino, Lucas Mafra e Paulo Henrique Pessoa (Ganso) (foto: Alessandra Nohvais/Divulgação)

Belo Horizonte ganha uma revista de arte: a Facta, editada pelo coletivo Gambiologia. Que vai ser lançada hoje, a partir das 14h, no Bar Café Arcângelo. “É revista de artista, com conteúdo diferente, formato provocador, propositivo, e aberta ao experimental”, avisa o designer Fred Paulino, um dos três responsáveis pela publicação. Os outros são Lucas Mafra e Paulo Henrique Pessoa. O projeto, enfatiza, é ser uma revista de invenção, com perfil de outras que exercitaram a completa liberdade de criação. Caso da Klaxon, da Antropofagia ou d’A Revista, publicação dos modernistas do início do século 20, inspiração declarada da Facta.

O projeto gráfico, conta Fred Paulino, é retrô. Foi inspirado em revistas modernistas e em manuais de publicações eletrônicas. Os últimos, conta, tomados como referência também pelo fato de o assunto ser uma das áreas de interesse do grupo. O número um da Facta traz, como brinde, por exemplo, kit para construir luminária. “Em outras edições, vamos trazer mais receitas eletrônicas”, brinca. A revista tem, ainda, entrevista (em papel e vídeo) com Newton C. Braga, escritor pouco conhecido, que escreveu e editou revistas, livros e manuais dedicados à eletrônica, que fala sobre tecnologia, ficção científica, fim do mundo etc.. Ele é ‘o’ cara, autor brasileiro no setor com milhões de livros vendidos”, afirma Fred Paulino.

A publicação reúne poemas, ensaios, imagens que tangenciam o universo da gambiologia. Essa, na definição de Fred Paulino, é a ciência da gambiarra. O termo, explica, vem desde 2008, utilizado por várias pessoas. “Gambiarra é desprendimento criativo, valorização de tecnologia; vale-se da criatividade na ausência de recursos para fazer as coisas. É improvisação e opção”, afirma, defendendo tratar-se de perspectiva que valoriza as condições de países periféricos como o Brasil. O conceito, levado ao mundo da cultura, observa, possibilita atenção com criações e produtos contemporâneos, que, deixando de lado o rigor exigido pelas artes, acabam sendo mais próximas do cotidiano e da vida do cidadão comum.

A Facta, como conta Fred Paulino, não tem periodicidade definida (“depende de leis de incentivo”). Está previsto, inicialmente, o lançamento de quatro números. O primeiro deles levou seis meses para ficar pronto e o editor espera que os próximos sejam produzidos com maior agilidade. Uma versão digital apresentará, sempre, conteúdos adicionais, como aulas, galeria, making of, links relacionados às matérias etc.. Junto com o lançamento do primeiro número haverá pequena exposição com trabalhos (quadros e esculturas eletrônicas, luminárias e utilitários) feitos nos últimos dois anos pelo Coletivo Gambiologia. A mostra fica aberta até 22 de dezembro.

FACTA
Lançamento da revista do Coletivo Gambiologia
Hoje, a partir das 14h, no Bar Café Arcangêlo, Edifício Maleta, Rua da Bahia 1.148, 2º andar, (31) 3273-1351
Entrada franca

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