Montagem mineira da opereta A viúva alegre estreia nesta terça, no Palácio das Artes

O diretor Jorge Takla aproximou o espetáculo dos musicais, mas promete evitar o tom caricatural

por Sérgio Rodrigo Reis 16/10/2012 09:40

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João Marcos Rosa/divulgação
Clássico de Franz Lehár, A viúva alegre ficará em cartaz até dia 26, com ingressos a preços especiais nos dias 22 e 24 (foto: João Marcos Rosa/divulgação)
Todas as vezes em que um centro de produção de ópera decide remontar A viúva alegre, obra do compositor húngaro Franz Lehár (1870-1948), o sucesso é quase certeza. Sobretudo quando o espetáculo traz solistas internacionais e figurinistas e cenógrafos renomados, além de técnicos experientes nos bastidores. Porém, a certeza só vem – mesmo – quando as cortinas se abrem e o tênue limite entre o popular e o cafona, algo peculiar ao contexto dessa opereta, não é ultrapassado. A prova dos nove da nova versão mineira do clássico de Lehár será tirada nesta terça-feira, às 20h, quando a montagem estreia no Palácio das Artes.

 

Assinada por Victor Léon e Leo Stein a partir da música de Lehár, com tradução de Millôr Fernandes, a versão mineira trará entre seus 14 solistas nomes consagrados como Rosana Lamosa (a viúva Hanna Gláwari), Homero Velho (conde Danilo) e Giovanni Tristacci (Camille de Rosillon). Carla Cottini interpretará Valencienne; Licio Bruno, o barão Zeta; o papel de Njégus caberá ao ator Cassio Scapin. Entre os intérpretes de personagens principais há oito mineiros. Francisco Simal (Kromow) faz parte do grupo. “A opereta vem com nova roupagem e levada mais para o musical. Acho que trará novos ares”, conta Simal. O maestro Silvio Viegas, que atualmente trabalha no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, assina a direção musical e regerá a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Coral Lírico de Minas Gerais e Ballet Jovem Palácio das Artes também participam.

 

Produzida pela terceira vez pelo Palácio das Artes, a opereta conta a história de Hanna Gláwari, rica viúva do pequeno país de Pontevedro, às voltas com o amor e o assédio à sua fortuna. A primeira precaução do diretor de cena Jorge Takla foi manter a atmosfera da época: a Europa do início do século passado. “Naquele momento, as intrigas amorosas eram mais importantes que questões políticas e sociais”, lembra. Outra preocupação foi evitar a caricatura e a cafonice. Se depender dele e de sua vasta experiência à frente de óperas e musicais, a produção terá tudo para não se aproximar desse lugar-comum.

 

Jair Amaral/EM/D.A Press
Elenco ensaiou na Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

 

A história 

 

Ato 1

 

Paris, início do século 20. Hanna Gláwari (Rosana Lamosa), viúva e herdeira da fortuna de um falecido banqueiro de Pontevedro, é convidada para recepção na embaixada daquele país na França, em homenagem ao príncipe. Para evitar a fuga do dinheiro da moça para o exterior, o barão Zeta (Licio Bruno) arquiteta o casamento de Hanna com o conde Danilo Danílovitsch (Homero Velho). O casal já se conhecia: no passado, o pai do rapaz proibiu-o de se casar com ela, plebeia e pobre. Ato 2

 

Na noite seguinte à festa, a bela viúva promove baile a fantasia em seu jardim. O tema é o folclore de Pontevedro. No pavilhão, Valencienne (Carla Cottini) flerta com Camille de Rosillon (Giovanni Tristacci), um fogoso parisiense. Danilo resiste às provocações da anfitriã. O barão reconhece a silhueta de sua mulher ao lado de Camille. Para salvar Valencienne, Hanna assume o seu lugar e anuncia que vai se casar com o parisiense. Desesperado e com ciúmes da antiga amada, Danilo afoga as mágoas no cabaré. Ato 3

 

Para surpreender Danilo, Hanna e Valencienne convidam as moças do Maxim’s e sua renomada trupe de bailarinos para irem ao jardim da mansão. A ideia é recriar a atmosfera do famoso cabaré. Danilo vai à festa. Hanna confessa-lhe a verdade sobre o episódio do pavilhão. Eles decidem se casar. O barão descobre que Valencienne não o traiu e fica feliz ao saber que a fortuna da viúva não deixará o banco de Pontevedro.

 

A VIÚVA ALEGRE

 

Estreia nesta terça-feira, às 20h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Sessões nos dias 18, 20, 22, 24 e 26, às 20h. Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada). Nos dias 22 e 24, preço especial de R$ 15 (inteira) para a plateia superior. Duração: duas horas e meia (com um intervalo). Classificação etária: 12 anos. Informações: (31) 3236-7400.

 

Saiba mais Os estilos Ópera

 

Gênero teatral, exige que todos os envolvidos sejam cantores. Durante o espetáculo, solistas e demais intérpretes são acompanhados por um grupo musical, que pode ser orquestra sinfônica completa. Opereta

 

Além de cantar, os envolvidos interpretam. Atores e cantores dividem o palco para conferir mais dramaticidade à cena. Outra particularidade: a peça pode ser interpretada na língua do país em que é apresentada. Musical

 

Combina melodia, canções, dança e diálogos falados. Por um lado, o gênero está delimitado por sua correlação com a ópera. Por outro, pelo cabaré. Com forte presença na cultura americana, nos últimos anos os musicais têm florescido no Brasil.

 

 



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