Rubinho do Vale traz ao teatro projeto que inicialmente desenvolvia com as crianças nas escolas

Trem da história é complemento do trabalho educativo que faz com a garotada

por Ailton Magioli 15/10/2012 10:03

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Élcio Paraiso/Divulgação
Rubinho do Vale vai se apresentar com banda e terá convidados como o grupo Meninas de Sinhá (foto: Élcio Paraiso/Divulgação)
Pela primeira vez em um teatro, o projeto Trem da história, que Rubinho do Vale apresenta nesta segunda à noite, no Sesc Palladium, nada mais é do que produto natural do desenvolvimento do trabalho de um artista popular, que, inevitavelmente, atingiria educadores, via crianças.  “Trata-se do complemento do trabalho que faço com elas”, justifica o próprio cantor, compositor e instrumentista, natural do Vale do Jequitinhonha. Não por acaso, Rubinho se prepara para comemorar 30 anos de carreira fonográfica, em dezembro, depois de gravar 14 CDs, além de sete LPs, alguns dos quais já remasterizados. Prestes a lançar Estrada, o oitavo disco solo de carreira, de repertório autoral inédito, com as participações de Fernanda Takai, Antônio Nóbrega e Ivan Vilela, Rubinho, que comemorou 57 anos dia 10, também vai receber convidados no show. Acompanhado de banda, terá no palco o grupo Meninas de Sinhá, que, como gosta de lembrar, também é formado por educadoras. Trata-se, na verdade, de senhoras moradoras da comunidade do Alto Vera Cruz, cuja faixa etária varia dos 45 aos 90 anos. Folias, batuques, cirandas e outros gêneros musicais populares integram o repertório do Trem da história, que encerra temporada sob patrocínio do Fundo Nacional de Cultura, depois de percorrer escolas públicas municipais de várias regionais da capital. Originalmente, o Trem da história, de Rubinho do Vale, nasceu das apresentações que o cantor fazia para a garotada nas escolas. “No fim, juntávamos os professores e fazíamos uma oficina à qual dávamos o nome de Cantoria pedagógica”, recorda o cantor, que, durante três horas e meia debatia a cultura popular com os mestres, além de cantar. Afinal, como faz questão de ressaltar, em tom crítico, a cultura popular continua ausente das escolas no Brasil. “Como os professores já conhecem o meu trabalho infantil, durante a oficina eles acabam revelando o que fazem com a minha música nas escolas”, afirma Rubinho do Vale, admitindo não ser intenção dele entrar no mérito didático. “Trata-se de trabalho de sensibilização do professor para a arte e, mais especificamente, no meu caso, para a música”, acrescenta o cantor. Rubinho, que gravou o primeiro disco para o público infantil há 20 anos, lembra que, há pelo menos 15, ele canta ao vivo para a garotada, tendo estreado o mais novo projeto para o segmento, em escolas da rede pública, há cerca de cinco anos. Na capital, teve o privilégio de contar, inclusive, com a participação especial de Francisco Marques, popularmente conhecido por Chico dos Bonecos. Com repertório infantojuvenil inédito, já sendo registrado em disco, a última vez que Rubinho dedicou disco ao segmento foi em 2010, quando lançou o Arraiá do Rubinho. “Esse disco está em todas as escolas e creches municipais de Belo Horizonte”, orgulha-se o cantor, assumindo a felicidade pelo trabalho realizado no segmento. “Do morro às regiões mais elitizadas, o Arraiá do Rubinho tem trânsito livre na cidade”, comemora. Em cidades como Pouso Alegre, no Sul de Minas, e João Monlevade, no Vale do Aço, ele reuniu centenas de crianças em torno do trabalho, que foge à linguagem elitizada, além de comercializado a preços populares, quando ele, pessoalmente, não doa discos para as escolas. Vida longa para o trabalho de Rubinho, um digno representante da verdadeira música popular. TREM DA HISTÓRIA – RUBINHO DO VALE & BANDA Nesta segunda-feira, às 21h, no Grande Teatro do Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Informações: (31) 3214-5350.

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