Videoinstalação Eu não estou mais aqui trata da ausência das crianças desaparecidas

Obra fica em cartaz no Memorial Minas Gerais Vale até o dia 30 de novembro

por Sérgio Rodrigo Reis 25/09/2012 09:41

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Bellini Andrade/divulgação
(foto: Bellini Andrade/divulgação)
 
Não existe dor pior que a do desaparecimento de entes queridos. Ainda em circunstâncias sem explicação, caso, por exemplo, do sumiço de crianças. É sobre esse universo de menores desaparecidos em Belo Horizonte e dos efeitos sociais e psicológicos causados nas famílias que a videoinstalação Eu não estou aqui se debruça. Criada pela produtora Emvideo, a obra será apresentada – nesta terça-feira para convidados e a partir desta quarta-feiraã para o público – no Memorial Minas Gerais Vale.
A inspiração surgiu de exposição realizada em Nova York pela artista plástica Flávia Berindoagui. Durante um período, ainda vivendo em BH, ela se impressionou com o tema. Da pesquisa surgiram as obras de arte. A equipe da Emvideo – liderada por Bellini Andrade e Marcus Nascimento –, interessou-se pelo assunto e resolveu, em parceria com a artista, transformar a pesquisa em videoinstalação. “Tratamos da ausência. Representamos os efeitos provocados quando crianças não mais passam a viver ao lado daqueles que as amam”, explica Bellini. Segundo ele, para não cair no lugar-comum da dúvida sobre o paradeiro delas, a opção foi usar a ficção. “Não mostramos casos reais. Mas sim personagens inventados a partir das histórias”, justifica.
A instalação ocupará uma sala inteira do memorial. Pintada de preto, a área terá, numa das paredes, 10 cartazes com fotos modificadas de imagens de possíveis crianças desaparecidas. “Usamos várias imagens, como algumas fotos de crianças perdidas, para inventar a fisionomia das fotos. Diante de cada uma haverá uma caixa de som narrando uma história fictícia”, ele explica. O restante do espaço será ocupado com objetos comuns ao universo infantil, que elas poderiam ter usado, como alguns brinquedos. Sobre eles serão projetadas cenas. A instalação se encerra com projeção de vídeo numa tela feita de sal grosso. “A intenção ao usar o sal é, simbolicamente, representar a conservação da memória: a única coisa que restou”, conclui Bellini. EU NÃO ESTOU AQUI Abertura nesta terça-feira para convidados, às 19h, no Memorial Minas Gerais Vale, Praça da Liberdade, s/nº, esquina com Rua Gonçalves Dias. De quarta-feira até 30 de novembro, para o público. De terça a sábado, das 10h às 18h; quintas, das 10h às 22h; domingos, das 10h às 14h. Informações: (31) 3343-7317


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