Bailarino mineiro percorre Transamazônica em viagem de pesquisa que vai até dezembro

Tiago Gambogi documenta processo de composição das performances que planeja para o percurso

por Carolina Braga 30/08/2012 11:21

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Maria Tereza Correia/EM/D.A Press
O ator e bailarino mineiro Tiago Gambogi busca na Amazônia elementos para seu novo espetáculo de dança e teatro físico (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press )
No dia em que a Transamazônica completa 40 anos de inauguração, o bailarino e ator mineiro Tiago Gambogi inicia viagem de imersão por esta que é a terceira maior estrada do país. Nesta quinta-feira, 30, uma performance no marco zero da BR-230, em Cabedelo, na Paraíba, abre a temporada de pesquisa, que vai até dezembro. “É uma viagem ao inverso. Vou do melhor ao pior ponto da rodovia. Fico dois dias em Cabedelo, depois sigo de ônibus ou carona”, conta. 

O projeto que Gambogi batizou Trans-Amazônia nasceu depois que ele participou de um curta-metragem do diretor inglês Richard Bleasdale nas redondezas de Manaus e interior do Amazonas. Até então, o interesse do artista se voltava principalmente para as artes populares. O convívio na região despertou o desejo de se embrenhar pela Transamazônica com o objetivo de colher material para a criação de um espetáculo de dança e teatro físico. 

Tiago Gambogi embarcou na terça-feira levando apenas duas mochilas, uma de roupas, outra com os equipamentos que utilizará para gravar as experiências que o aguardam pelo caminho. “É um trabalho de muitas camadas. Tem uma pesquisa histórica, uma fase de contato com as pessoas, entrevistas, documentação em fotos e vídeos. São várias metodologias e enfoques”, explica. Os relatos do processo serão publicados no transamazonia.wordpress.com

“Será um diário de criação. Vou colocar minhas tarefas, as improvisações, tudo o que descobrir para quem tiver interesse nesse tipo de pesquisa poder acompanhar”, espera. Neste momento, mais que afirmações, sobram perguntas para Tiago. Por exemplo, como um corpo em estado de curiosidade e inocência dialoga com o movimento neste universo? “Vou me permitir deixar as muitas informações virem. Vou filtrar depois. Ao longo do percurso, quero fazer contatos, encontrar pessoas, abrir os olhos”, planeja. 

Academia
Pós-graduado em dança contemporânea pelo The Place, em Londres, Tiago Gambogi também utilizará as experiências vividas na Transamazônica em seu projeto de mestrado. Há 15 anos, o artista é radicado no Reino Unido. Ao longo da carreira, produziu e realizou cinco espetáculos no Brasil, Reino Unido e França. Trabalhou com companhias de dança e teatro como Nigel Charnock, Earthfall, Grupo Oficcina Multimédia, EDge Dance Co., Angela de Castro, Marie-Louise Flexen, Institute for Crazy Dancing, Debbie Fionn Barr, Jan Benes, César Volpe, Companhia Paulo Ribeiro, Backstage Company.

A previsão de Tiago Gambogi é de que o espetáculo fruto da viagem estreie em maio. “Volto em dezembro. A partir de janeiro, começo a trabalhar o material e, até maio, ensaio. Nesse período, terei encontros com Dudude Hermann, Luis Carlos Garrocho, Mônica Ribeiro e Margareth Swallow”, adianta.


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