Lições de arte e vida

por Sérgio Rodrigo Reis 18/08/2012 10:37

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Antônio Eugênio Salles Coelho/Divulgação
(foto: Antônio Eugênio Salles Coelho/Divulgação)
 
Aos 90 anos, a artista plástica Maria Helena Andrés abre nova exposição hoje, às 10h, na Galeria Livrobjeto, na Pampulha. Além de inéditas pinturas, desenhos, esculturas e dois livros-objetos, ela oferece ao público uma lição de vida. Personagem importante do setor cultural de Minas, como poucos ela soube aproveitar as lições do mestre Alberto da Veiga Guignard para buscar um caminho criativo próprio na produção de uma obra que perpassou alguns dos principais movimentos estéticos do país. Também não ficou refém do tempo. Afeita às novidades, hoje mantém o blog www.mariahelenaandres.blogspot.com, no qual escreve sobre suas paixões, arte, filosofia e viagens.

Os trabalhos da exposição são inspirados naquilo que a artista tem de mais vasto: lembranças e releituras. “Não são cópias. São obras que dialogam de forma solta com tudo o que vivi”, explica. As reminiscências foram revisitadas e recriadas à luz do presente e serviram de inspiração para as pinturas, desenhos, esculturas e livros-objetos. São obras que, em vários aspectos, sintetizam as transformações da produção estética de Maria Helena Andrés. Uma artista que começou ainda na década de 1940, estudando com Guignard na escola do Parque Municipal de Belo Horizonte, depois passou pelo Movimento Construtivo Brasileiro, as várias bienais de São Paulo e exposições internacionais na América Latina, Estados Unidos e Europa. 

“O construtivismo nos anos 1950 me levou para a série de pinturas inspiradas no Campo das Vertentes e nas cidades iluminadas. Também gerou esculturas a partir de uma linha contínua: são aquelas que começam num ponto, dão volta e chegam ao mesmo lugar”, conta a artista. O trabalho gestual veio depois, nos anos 1960, inspirado em viagens. “Sempre relacionei o que estou fazendo com o que vivo.” Foi assim que, ainda na Costa Oeste dos EUA, ela teve contato com o mundo oriental. Após inúmeras viagens à Índia, a pesquisa ampliou, dando origem aos livros Encontro com os mestres no Oriente e Oriente e Ocidente: integração de culturas. 

Com obras em importantes coleções, como a do Museu de Houston, dos museus de Arte Moderna de São Paulo e Rio de Janeiro, Museu da Pampulha e coleções de Adolpho Leirner, Carlos Fadel e Delcir Costa, Maria Helena se tornou conhecida sobretudo como pintora, mas também tem uma vasta produção de desenhos e esculturas. A cor, por muito tempo, assumiu a direção de seu trabalho, mas, paralelamente, sempre escreveu poemas, publicou livros, fotografou paisagens e deu aulas na Escola Guignard, onde foi até diretora. Em todas as funções se dedicou de corpo e alma, integrando seu trabalho com as obrigações de mãe. “Valorizo tanto o que vivi quanto o que estou fazendo agora”, conclui ela, revelando de onde tira o entusiasmo para continuar criando. 
 
Memórias
Abertura da exposição da artista plástica Maria Helena Andrés, hoje, às 10h, na Galeria Livrobjeto (Av. Guarapari, 464, Pampulha). 
Até 28 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Informações: (31) 3491-2001. 


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