Guias de viagem ganham espaço nas livrarias brasileiras

De olho no mercado, séries de sucesso internacional estão sendo lançadas no país

por Mariana Peixoto 22/07/2012 07:15

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Maria Tereza Correia/EM
Livrarias reservam seções especiais para guias que atendem a quem procura novos destinos (foto: Maria Tereza Correia/EM)

Viajar, o brasileiro anda viajando como nunca; voos e aeroportos lotados têm mostrado bem isso. Agora, viajar com mais do que uma vaga ideia do que o destino reserva, somente uma parcela sabe fazer. “Definitivamente o brasileiro não tem o hábito da leitura. Ele não se prepara, ele viaja. Mas, como a oferta turística está se aperfeiçoando, o turista também está se qualificando”, afirma Tomas Alvim, da Bei Editora, que tem uma série de guias e relatos de viagem sobre o Brasil.

Um bom demonstrativo disso está nas prateleiras das livrarias. Se até alguns anos atrás o viajante mais interessado tinha que contar com a sorte (ou encomendar ao livreiro) para encontrar um guia de algum país que fugisse do óbvio (França, Estados Unidos, Argentina), hoje a profusão de ofertas é grande. E em português. Vai para a Croácia? Ou então para as ex-Repúblicas soviéticas Estônia, Letônia e Lituânia? Há versões em português de guias internacionais com tudo – pontos turísticos, hotéis, restaurantes, história de cada lugar, guia de sobrevivência – para a viagem.

A maior oferta de títulos no país são os chamados guias visuais, mas também são referências entre os viajantes os guias Frommer’s. Carro-chefe do segmento, os guias visuais, publicados no Brasil desde 1995, já chegaram a 50 títulos. Como são pesados, contam com uma versão menor, de bolso, com edições mais sintéticas.

Já a Globo Livros publica, desde o ano passado, guias da Lonely Planet, hoje a maior editora de guias de viagem do mundo (tem cerca de 500 títulos publicados). Tem 14 no catálogo, prepara para, até novembro, lançar outros 12. “Priorizamos os destinos mais procurados pelos brasileiros, além de procurar destinos curiosos e inusitados que tenham a ver com a experiência dos viajantes mais exigentes”, afirma o diretor editoral Marcos Strecker.

Para concorrer com a internet e sua fonte interminável de informações, os guias se pautam na força da própria marca. As atualizações também têm que ser constantes. De uma maneira geral, a cada dois anos é publicada edição revisada. “O tempo de atualização também varia de acordo com o destino e a série, pois dependemos dos updates enviados pelas editoras que são responsáveis pela elaboração do conteúdo”, acrescenta Luciana Maia.

E para não recair nos generalismos, já que os viajantes de cada país têm suas próprias particularidades, são feitas adaptações. A Bei publica seus guias do Brasil para o viajante brasileiro e para o estrangeiro (com edições em inglês, vendidas pela Amazon). “Para essa edição, pedimos um nativo em inglês que faça a tradução. Uma vez que ela tenha sido feita, mandamos para um editor, americano ou inglês, para ele mesmo analisar o livro, pois os estrangeiros têm uma dinâmica diferente”, comenta Tomas Alvim.

Strecker afirma que as edições traduzidas do Lonely Planet contam com informações colhidas para o mercado nacional. “No guia de Istambul, há informações específicas para os brasileiros, como endereço dos consulados.” A tiragem varia de 5 mil a 10 mil exemplares. “Buenos Aires é um dos mais vendidos, mas a grande maioria já teve reedições”, continua ele, que diz que a editora conta com alguns projetos no sentido de publicar um guia do Brasil.

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