A encenação original é norte-americana, de 1997, com direção de Joe Calarco, também seu autor. Para a montagem brasileira, que traz no elenco os atores João Gabriel Vasconcellos, Felipe Lima, Pablo Sanábio e Geraldo Rodrigues, o diretor João Fonseca fez algumas adaptações. “Quando o texto chegou, ele veio cheio de rubricas do próprio diretor. Um pano era usado como objeto para tudo na montagem”, conta.
Fonseca resolveu fazer diferente. Como é uma peça dentro de uma peça, fez com que os alunos/atores usassem elementos que existem numa sala de aula. Dessa maneira, uma régua pode ser uma espada; um esquadro, uma máscara. “Sempre que pensava em Romeu e Julieta, lembrava das montagens que me marcaram e do quão difícil era fazer uma peça que tinha tido tão boas versões. Em vez de fugir disso, resolvi fazer pequenas brincadeiras”, continua o diretor.
Assim, há trechos da música da versão do clássico dirigida por Gabriel Villela para o Grupo Galpão, a cena do balcão é tal e qual a feita por Antunes Filho e foram incluídas também canções de dois longas-metragens bastante representativos: aquele dirigido por Franco Zeffirelli em 1968 e outro, mais contemporâneo, assinado por Baz Luhrmann e protagonizado por Leonardo Di Caprio e Claire Danes em 1996.
Geraldinho Carneiro assina a versão do texto, que traz em sua essência versos originais de Shakespeare. R & J de Shakespeare – Juventude interrompida é a terceira incursão de João Fonseca pelo universo shakespereano. Em 2000, ele montou com sua companhia, Os Fodidos Privilegiados, duas peças do autor até então inéditas no país: Tímon de Atenas e Troilo e Créssida.