O pó de serragem as arquibancadas de madeira, o cheiro de pipoca e o colorido da lona ainda atraem milhões de pessoas no Brasil. Os circos de família, tradicionais, continuam mambembes. Como ciganos, os artistas lutam para encontrar terrenos apropriados para abrir a lona. As pequenas cidades do interior continum sendo as favoritas, já que muitas delas não têm TV a cabo e nem cinema. Segundo a Fundação Nacional das Artes (Funarte), há pouco mais de mil grupos circenses na ativa. Estima-se um público anual de 25 milhões de espectadores. Para homenagear a tradição do picadeiro, Mariana, a 110 quilômetros de Belo Horizonte, recebe, entre os dias 27 de abril e Primeiro de maio, o Circovolante – 4º Encontro de Palhaços. Mais de 90 narizes vermelhos fazem parte da programação. São quase 30 atrações do Brasil e do exterior.
Xisto Siman, palhaço e um dos fundadores do Circovolante, conta que os artistas tiveram que se reinventar em tempos de internet. A arte passou os limites da lona e chegou ao teatro e ao cinema. Mas, segundo ele, a tradição ainda é viva. "O circo é o lugar onde o impossível acontece. "No circo o cara voa, o cara anda de cabeça pra baixo. No circo o homem consegue entrar em um carro pequenino. O palhaço subverte a realidade", disse.
Veja a galeria de fotos da última edição do Circovolante – 4º Encontro de Palhaços
Nesta edição, o encontro vai homenagear o palhaço Cheroso, de 82 anos. Já aposentado, ele ainda vive a rotina
do picadeiro. Seu endereço é o circo Kalahary, onde seu filho e neto seguem a sina do palhaço. "No momento, a lona está na cidade de Pium-í (a 269 Km de Belo Horizonte). Cheroso faz questão dessa vida cigana", conta Xisto. Outro homenageado é Dedé Santana, dos Trapalhões. Ele decidiu passar seu aniversário de 76 anos (29 de abril) em Mariana.
Além das atrações, artistas e público vão poder trocar experiências em oficinas e bate-papos. A programação vai se concentrar na Praça Gomes Freire e na Praça da Sé, em Mariana. A entrada é franca
Confira abaixo a programação completa aqui.