Morre o ator Robson Terra

por Ailton Magioli 12/04/2012 11:07
Leonardo Costa/Tribuna de Minas
Robson Terra dedicou-se também ao ensino em Juiz de Fora (foto: Leonardo Costa/Tribuna de Minas)
A morte de Robson Terra deixa o teatro da Zona da Mata mineira sem um de seus maiores talentos dos últimos tempos. O ator e diretor, jornalista e professor, de 57 anos, que vivia em Juiz de Fora, morreu vítima de infarto. O corpo foi enterrado ontem, em Chácara, cidade natal do artista. “O que mais choca a gente é o fato de ele ter morrido tão cedo”, lamenta Guilherme Bernardes, o Gueminho, do Teatro de Quintal (TQ).

Bacharel em comunicação social pela UFJF e mestre em comunicação e tecnologia, Robson era professor da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), com passagens também pela UFJF, onde ministrava cursos na área teatral. A carreira do ator, aliás, está diretamente ligada à instituição de ensino superior, depois de ele integrar o Grupo Divulgação por mais de uma década. Um dos grandes momentos do ator no grupo foi na pele do jornalista Amado Ribeiro em O beijo no asfalto, de Nelson Rodrigues, em 1979.

“O grande lance de Robson Terra era o fato de ele pegar um pequeno papel e transformá-lo, dar grande interpretação”, elogia o diretor, José Luiz Ribeiro, à frente do Divulgação há 46 anos, ininterruptamente. No grupo, o ator também incorporou Totó, Fruta de Conde, do clássico O rei da vela, de Oswald de Andrade, além de Calígula, de Camus, e Boca do inferno, de Marcos Vinícius, entre outros.

Segundo Gueminho, o primeiro espetáculo teatral a que ele assistiu foi A morta, de Oswald de Andrade, no qual Robson, como Urubu de Edgar, descia do palco para abordar a plateia. “Foi uma experiência horrível para mim, adolescente, mas me marcou para sempre. Ele era um grande ator, um grande comediante”, conclui o também ator e diretor, que, anos mais tarde, reencontraria Robson na adaptação de Apareceu a Margarida, de Roberto Athayde, em apresentações de teatro de bairro, em Juiz de Fora.

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